23.6.05

S. João II

Sobre o post anterior, queria acrescentar uma ou duas coisas.

Gostaria de acreditar nisto: a diferença entre o São João do Porto e as marchas populares de Lisboa, é que o primeiro resulta verdadeiramente de tradições antigas, pagãs e genuinamente populares, enquanto as segundas foram invenção do António Ferro, propagandista do Salazar, para entreter as massas urbanas.

E gostaria de acreditar nisso porque sou do Porto.

Uma das coisas que mais me faz pensar que tenho razão é o carácter absolutamente desorganizado e aparentemente sem sentido do São João do Porto. Pura e simplesmente, as pessoas vêm para a rua a festejar, sem qualquer directiva: elas são a festa, não vão ver a festa. Não é preciso polícia, nada, nem ninguém a comandar.

[Desisti por exemplo de ir à passagem de ano em Bruxelas, porque há sempre traulitada.]

Haverá um teste a tentar: qual a percentagem de Carneiros e Peixes (signos) no Porto? Apostaria que é superior à do resto do país.

9 Comments:

Anonymous Anónimo said...

No Porto são mais bois (zodíaco chinês).

11:24 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O São João daqui, só difere do Porto porque aqui é inverno.

1:02 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ora essa, a da percentagem!
Que têm os signos a ver com o resto??

6:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

o 2º anónimo assina ( porque não gosto de anonimatos!)

mariagomes

6:39 da tarde  
Blogger mariagomes said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

9:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ah! está bem, pois, pois.
mariagomes

9:08 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

É provável que tudo isto não passe de uma argumentação sofisticada de quem leu muito e mais observa. Tu, no São João do Porto, és festa, ou vais ver a festa? E se és festa, como é que podes pensar tanto nela?

Idem, em Lisboa. É provável que as invenções do A. Ferro se tenham desvanecido e que os lisboetas que são festa não vejam polícias, mas chamas, nem barreiras, mas cursos de água.

Ora!...

1:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Devo acrescentar, apesar de tudo, que estas invenções do Estado Novo me enojam; e outras, tantas, como a dos ranchinhos populares que apareceram - vindos do éter - em regiões onde essas tradições não existiam. De qualquer maneira, a pré-existência de "tradições antigas, pagãs e genuinamente populares" a que te referes, falando do Porto, para depois mencionares as invenções do Ferro para as "massas urbanas" (onde te referias a Lisboa), também não serve mais para caracterizar uma cidade cujas ligações à terra são praticamente inexistentes.

E a questão é essa, ou não?
É que flutua no ar um odor de deuses com pés de barro...

2:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

E não esquecer o S. João de Braga, o S. João da Talha, S. João de Lampas, S. João do Estoril; o João Ratão e os outros santos, e a Costa da Caparica, e o Santo The Saint, os santos da casa, Santos Dumont, e todos aqules que estão na calha para santos. Amem.

10:09 da tarde  

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