12.7.05

This country is under construction

Os jornais de hoje dão conta dos resultados altamente negativos obtidos pelos estudantes portugueses nas provas nacionais do 9.º ano. Nestes tempos difíceis, esta é uma notícia que destoa do clima geral de crise. É a pura da verdade: o país continua a ter motivos para sentir orgulho nos seus jovens. Os estudantes provaram que são dignos dos velhos valores nacionais da modéstia e humildade. Não querendo envergonhar os seus colegas europeus, esmagando-os com os seus amplos conhecimentos de matemática e língua materna, os jovens portugueses, num gesto de grande nobreza, fizeram questão de chumbar nos exames. Insuflados por uma indescritível alegria interior, não cederem um milímetro ao apelo mundano da glória. E isso é muito bonito.

7 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sim, devia estabelecer-se um programa de apoio consistente.
Mas temo que nos dirigentes a solução congeminada seja sim, em vista disto, acabar-se com a disciplina de matemática, já que causa tantos problemas.

2:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Na realidade não se precisará de acabar com a disciplina de Matemática. No nosso país não existem problemas irressolúveis... como todos bem sabemos!!
Calculo que apenas será sugerido, por um rigoroso número de comissões exectivas, que os meninos devem progredir com muito melhores notas e que a nota do exame surja dissimulada após acerto com a nota de final de ano.
Hoje ninguém chumba, ou reprova; transita porque enfim, porque coitadinha dela, porque ora pois vamos lá ver então...
Será uma delícia ver esta geração a competir por um trabalho com checos, lituanos, polacos, franceses, espanhóis... malteses!!
Aprovar ou reprovar é hoje uma mentira. Já tive a oportunidade de leccionar a alunos de sétimo ano que não sabiam o que queria dizer "Refere", senti vontade de lhes responder "É uma sigla, não levem isso muito a sério!"

3:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

EhEhEhEh! Boa malha!

4:06 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Por aquilo de que me apercebo, basta que um rapazola vá às aulas e não chateie muito para passar de ano - em certos locais, pelo menos. E se a nota de alguns professores o levarem a um possível chumbo, começam logo as pressões do Conselho de Turma para que algum ou alguns dos colegas altere(m) a nota. E, mesmo que tal não suceda, pode marcar-se uma outra reunião para reapreciar o caso. E os pais também têm uma palavra a dizer na aprovação do seu educando. E há muitos papéis a preencher, relatórios a fazer, explicações que dar, botas que engraxar, planos que fazer e estatísticas para apresentar.
Estavam à espera de quê? Que os cactos dessem cravos?...

7:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não te enganas nada...
Se tal não chegar o Conselho Pedagógico ainda pode dar uma ajudinha, porque vamos lá a ver bem as coisas: isto da pedagogia surgiu mesmo foi para ajudar a malta!!
Depois quando se têm encarregados de educação pouco importados com a ileteracia dos filhos, uma comunidade escolar que não percebeu patavina do que são as competências, a área projecto, o estudo acompanhado e a formação cívica... só pode dar em míudos cuja formação não lhes vai permitir ler mais que o seu nome, quanto mais poderem planear um projecto de formação ao longo da vida, prepararem-se para um mundo em permanete mutação e no qual a mudança de empresa, de cidade e mesmo de país é uma questão de meses.
Nós bem tentamos pertencer ao terceiro mundo´, só sucessivos milagres nos têm impedido disso!!

7:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

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