9.7.05

Último aviso à navegação

Para todos os que julgam ou dizem que os ataques terroristas de Londres são sobretudo resultado directo do Corão e do islamismo radical e de atavismos psico-sociais, etc., e que qualquer outra tentativa de os compreender e explicar é justificá-los subliminarmente ou tangencialmente ou por qualquer outra forma incorrer num pecadilho anti-ocidental, ou não sei quê,lanço um último aviso.

Abri os olhos. Aquilo não são irracionais ataques movidos por um ódio visceral à nossa civilização. São actos de guerra frios e calculistas,lógicos e racionais, aprendidos no Afeganistão, às tantas com os conselheiros americanos da guerrilha e contra-guerrilha e da guerra psicológica.

Trata-se do seguinte: com parcos meios, contra um exército superior, causar o maior mal possível. Para isso, atacar a retaguarda, para desmoralizar o adversário. Se possível, matar o maior número possível de civis.

O resto, a justificação de que os mortos não são crentes, e etc., destina-se apenas a sossegar moralmente os combatentes e atemorizar ainda mais os adversários. Não adiantam pois nada, mas mesmo nada, as diatribes contra a barbárie dessa gente que não olha a meios. É precisamente isso que eles querem que se pense. Faz parte da campanha de terror.

De resto, ainda estou para ver qual o resultado dos ataques de Londres. Mas até aqui a táctica tem-lhes corrido bem: nos EUA, que é o que conta, a opinião pública tem vindo a deslizar constantemente para o lado da anti-guerra.

Mas, por favor, só posso voltar a aconselhar a leitura da entrevista de Michael Scheuer à Visão.

49 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Se mo permitirem, vou perder-me por aqui mesmo. O sol queima o sangue, mas a água é fresca. A poesia tem bom travo.
Carlos Marinho

12:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Será que isto: «São actos de guerra frios e calculistas,lógicos e racionais, aprendidos no Afeganistão, às tantas com os conselheiros americanos da guerrilha e contra-guerrilha e da guerra psicológica.
Trata-se do seguinte: com parcos meios, contra um exército superior, causar o maior mal possível. Para isso, atacar a retaguarda, para desmoralizar o adversário. Se possível, matar o maior número possível de civis.» contraria isto: Tais organizações não podem viver apenas de tácticas e estratégias de guerra e de guerra psicológica, nem de meios materiais, parcos ou substanciais; nem de determinações apenas políticas. Tais organizações, como todos os movimentos, apenas se podem manter com uma forte base ideológica por trás, e essa base ideológica é... (tudo aquilo que eu penso que é e disse noutras comentários e que tu, com todo o direito, não queres aceitar)? Mas por que queres fazer sempre o último aviso, pôr os pontos finais em tudo, quando o que ficaria bem aqui seriam umas reticências?

9:46 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Também tenho algo a dizer - e portanto digo-o.

1. E antes do Afeganistão? Não se pode esquecer que o terrorismo islâmico dura desde o século 13 (no fundo o terrorismo é de sempre).
2. Os terroristas árabes não são uma gente fria no sentido de serem racionais: todos os terroristas capturados (muitos dos quais, depois de se lhe ter varrido a lavagem ao cérebro que recebem logo na infância, se viram e entram até em choque por verem como são desgraçados) têm fornecido o exemplo de que são gente fanatizada (no fundo abusada pelos chefes).
3. Existe por detrás uma aparelhagem de apoio apoiada em milhões dinheiro e uma massa de milhões gente "que compreende e apoia".
4. Impõe-se a pergunta: mas porque lutam eles? Para salvar a pátria, para libertar as gentes, para permitir a democracia?
Nem preciso de responder que não é isso. As declarações anteontem feitas ao matarem o embaixador egípcio, fala por mim: foi abatido porque era "um incréu e um servo dos incréus". O resto é retórica...
5. Em Madrid, num debate em que participei na altura e que se debruçou sobre os acontecimentos do 11 de Setembro, um intelectual português, que se tem auto-classificado de extrema-esquerda mas que fez ante mim e ante testemunhas, numa conversa posterior, a defesa e justificação de Stalin, respondeu-me isto a dada altura: "Forneçam-lhes armas normais, dêem-lhes as possibilidades de ter submarinos, aviões, etc. e já não farão a guerra suja das bombas...".
Naquele momento acho que se vogou num surrealismo que nem o Péret (que era anti-stalinista ferrenho, porque os viu actuar em Espanha, onde combateu)seria capaz de artilhar...
6. Os terroristas islâmicos não são apaches ou cheyennes, ou sequer navajos, lutando com parcas armas contra uma bem armada cavalaria branca. Nâo! Têm à disposição a tecnologia internacional que aliás muitos deles forjam. Em breve terão a bomba atómica. E nessa altura, não tenhamos dúvidas, irão empregá-la sem problemas - como Hitler iria fazer se não tem sida destruída a base de Peenemunde.
7. Nem preciso de reafirmar que o cimento que une os radicais islâmicos e os faz ser aceites pelas massas que lá no fundo os "entende" é a "religião" que os estrutura.
Os factos demonstram-no sem se precisar de malabarismos teóricos.
Não ver, não querer ver isso é que não está certo.

12:34 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

(...)

A su regreso se acoge a la jubilación. Esto de ninguna manera disminuye su enérgica actividad y entusiasmo contagioso. Es nombrado PROFESOR EMERITO DE LA UNIVERSIDAD NACIONAL DEL SUR, distinción no alcanzada hasta el día de hoy por ningún otro docente o investigador de la Universidad.

En marzo de 1975, invocando la legislación antiterrorrista, uno de los interventores pasajeros de la universidad le prohibió la entrada a la misma. El impacto de esta acción fue extraordinario, comenta E. Ortiz. Y agrega: "todos los que lo conocimos estábamos al tanto de su oposición, durante toda su vida, al régimen de Salazar en Portugal, lo que le valió, al igual que a muchos otros compatriotas el exilio. Esta oposición estaba basada en un profundo sentido de justicia y altos estándares morales, lo que lo condujo a compartir durante toda su vida puntos de vista socialistas. No fue un hombre político, pero su alto sentido del honor le impidió siempre su complacencia con el poder. Es difícil comprender como un país que ha recibido tanto de un científico, pueda comportarse de esta forma irresponsable".

(...)

1:42 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Rui: Você já me conhece. Esteve olhos nos olhos comigo, somos amigos. Por isso sabe que é real o que lhe vou dizer: ao ler o seu post os olhos marajaram-se-me. Sou um cona-de-sabão? Assumo. Sou emotivo? Concedo. Mas a verdade é que ainda não perdi, ao que creio, a faculdade de me emocionar.
É isso mesmo, Rui, o que se passa. E é isso que eles querem, ajudados por gente dos serviços secretos dos países radicais, com técnicas aceradas, tentam fazer passar.
Têm um bom campo de cultivo em pessoas do Ocidente - umas por ingenuidade, outras por acção deliberada (também os há). Como sucedeu nos tempos do Hitler. Com o pretexto de que o ocidente procedia frequentemente mal (era e é verdade) "aconselhava-se" a aplacar Hitler - o resultado esteve à vista.
É verdade que o Ocidente, os Estados Unidos, A Inglaterra, tem agido frequentemente mal, mas o que está em causa é: os outros visam a destruição da democracia - qualquer, tendencial ou óptima - visam a destruição da liberdade (e não é da nossa liberdade, é a liberdade do mundo, de todos), para instaurarem o regime de Alá (do Alá que lhes anda na cabeça, a fera).
Pode algima opinião pública resvalar para o medo - também nos tempos de Hitler isso sucedeu e também nos tempos do muro em que indivíduos gritavam na rua "antes vermelhos que mortos". Mas outros farão o que fizeram os que acabaram com o nazismo.
...E alma até Almeida!

1:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Chamo a atenção para o facto de que o que é dito em espanhol nada tem a ver com o intelectual português que referi. Ou isto é manobra de contra-informação ou o anonymous autor do texto está a brincar ou a lançar a confusão.
O indivíduo a que me refiro nem vive em Espanha - vive em França.
O Ruy Ventura, o João Garção, o Almeida e Sousa e muitos outros conhecem-lhe o nome, que aqui omito por razões de caballerosidad ( o transcrevente, sabendo espanhol, percebe esta palavra...).
E antes de me despedir, pois vou passar o resto da tarde fora, saliento de novo que a transcrição em espanhol é muito...dúbia.

2:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O texto em espanhol refere-se a acontecimentos na Argentina em 1975. Nada tem a ver com Espanha ou com o texto de ns. Basta procurar no Google e vê-se de onde foi tirado e de quem e do que se trata.

2:39 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cito expressões e frases e faço algumas perguntas:
1. ?o terrorismo?
Há só um terrorismo? As bombas deitadas no Iraque, no Panamá, etc., por aviões de combate não foram deitadas por terroristas?
2. ?o terrorismo islâmico?
?Os terroristas islâmicos?
?os radicais islâmicos?
Há um terrorismo islâmico? Único? Os de Londres são os mesmos dos outros sítios? Uma organização única? Uma ideologia única?
Os radicais são necessariamente terroristas?
3. ?Os terroristas árabes?
Árabe é a mesma coisa que islâmico? São os mesmos ?terroristas??
4. ?uma massa de milhões gente "que compreende e apoia"?
Compreende e apoia o quê?
5. Qual foi o maior massacre da História? Foi praticado por islâmicos?
Isso, quem souber responda: Qual foi o maior massacre da História? Foi praticado por islâmicos?
6. Os argelinos que combateram os franceses, lutando pela independência, eram terroristas?
7. Temos que rever a nossa História? Afinal também andámos a combater os terroristas...
8. O simples professor de matemática, António Aniceto Monteiro, o primeiro matemático moderno português, nascido em Angola, escorraçado de Portugal, escorraçado do Brasil por influência da Embaixada portuguesa, ido para a Argentina, aí impedido de entrar na Universidade aos 68 anos tendo-lhe sido aplicada uma lei antiterrorista pelos fascistas Argentinos, esse simples professor de matemática ? também era ?terrorista?? Islâmico, já agora?

6:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mais uma contribuição,
Como ninguém me disse sim e não. Como isto não seja propriamente um sossego. Como todo o silêncio faça sistema. Como não baste o desplante de ter frases e o legado de uma biblioteca assim inútil. Como estou em pousio, a olhar o quadro - e resignação extática só a de Adão.
Porque o articular do ruído tenha apenas uma modalidade, o concentrado. Porque não use a gravata insondável do unanimíssimo. Porque equívoco só o mistério onde se escondem os eunucos.
Porque sei, de ofício, o milagre da dança das ruínas. Um simples investigador, não sou poeta. Dei a cara. Não sou político. Porque da rede que se estende em voo, seja o milagre estúpido da excepção que se recusa passar à reserva. Porque não faça gala de ter por cara uma reputação. Olho agora o carniceiro. Como o louco que não pode, não sabe, ter razão. Vejo muitos. Desde quando estar vivo é ser inocente? Mas trata-se da higiene pública. Corram os árbitros do futebol e do espírito, que não sei do que falo. Que sou vicioso. Um boi. No baldio onde o crime se deu. Um autista em qualquer cidade. Não vês televisão, não lês jornais? Em nome do quê fala o atrasado? Ninguém lhe dá outro estalo? Não está provado, ó estúpido, que o catálogo tem razão?
Sempre teve, sempre teve? e o que aqui se vê, em todo o lado, mesmo o mais difícil, é a flor da conclusão. O transbordo, o despejo, o sem remédio. Todos os conselhos que já não servem e adormecem no horror. Sempre houve guerra, violência. O mal. Mas agora, se te levantas, desenhas atrás com as suas sombras. E se estás de ferido ou armado? És de que lado, na noite do umbigo dos jornais?
CM

Caro anonymus, dê a cara. Eu dei.

7:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O espanto por quanto não depende de nós é o espanto por quanto dependemos de todo o outro. E o mundo exige-te a conduta. Sempre houve guerra, violência, mal, é certo. Isso em caso algum te desobriga. Há o escândalo da morte também, antigo e crescido. Breve. E uns dizem. Nós, os que sentimos. E sentiram no berro, nas bombas, - um ?ataque directo ao seu modo de vida?. E dizem. Somos os que verdadeiramente sentiram, os que tocaram os inocentes na pele. Daí a uma superioridade moral irrevogável do ?nós sentimos?, o passo é pequeno. Implícito, fica o ?tu não sentiste? - um imenso tu, acusativo. A facilidade com que se ajuíza do sentimento alheio arrepia. - Nós, os que sentimos. Nós, os arianos. Nós, o povo eleito. Nós, os muçulmanos. Nós, os ocidentais. E o nós desaba compacto, pesado, sobre os outros. Chove no mar, não se vê o sol. E o mundo exige-te a conduta. Ou, caveira, exiges tu? E eles dizem o nós, sem contornos. Vertiginoso. Robusto. É assim liso o pensamento? Não há perguntas com outro movimento? Basta o desplante de ter frases? Todos temos uma maneira de ser fáceis. Lembro uma: pintar o retrato do outro e obrigá-lo a parecer-se com o retrato. Puni-lo se não se parecer. Cobrir o retrato com uma gota de sangue. Lamentar os salpicos que nos atingem. Depois, tranquilamente, discutir o que é e não é moda. Dizer uma piada sobre o Kitsch.
CM

8:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Voltei e vim ver o blog, antes de partir para outra.
Os textos de Carlos Marinho são interessantes de ler.São peças literárias mt curiosas.
No que diz parte a anonymous, tudo bem quanto à explicação do texto em espanhol.
No que respeita às várias perguntas que faz,as coisas são mais simples do que se pintam.
E a este propósito,vou exemplificar com uma estorinha ou melhor: remetendo-o para um livro de Mezières et Christien, "Os pássaros do senhor", onde se notavam a contra luz os radicais islâmicos que agora assentaram o pé no século: dominados pelo tal senhor, vários personagens vão debatendo entre si psicologias e filosofias enquanto aguentam com a canga trabalhando até rebentar. E o que sucede? Valerian chega lá, verifica o que se passa e que o tal senhor é um ben Laden avant la lettre. Em sequencia faz isto: pega na sua pistola de raios e estrafega o tal senhor e as suas aves de pesadelo...Tão simples como isto, acabou-se o problema.
Em 1940, enquanto o imbecil e baboso Chamberlain se curvava obscenamente ante Hitler, ajudado por franceses do mesmo género, Churchill pelo contrário, (urinando na retórica com que tentavam enleá-lo, tanto mais que sabia que um dos truques demoníacos é enredarem-nos numa conversa sem fim mediante eventualmente perguntas sucessivas e especiosas) fez o seguinte: alertou o povo de que aquilo só ia para a frente escavacando Hitler. E em 45, escavacou-se definitivamente o Hitler. Ou seja: avaliado o problema, deu-lhe o tratamento adequado - não o houvesse ele feito onde estaríamos hoje?
A meu ver, é isto que se passa. E as perguntas sucessivas de anonymous são isso mesmo - protelar o assunto através da criação de comissões, digamos assim simbolicamente. E entretanto os terroristas e os que os manejam (que não são abstracções) vão-nos tratando da saúde, enquanto a propaganda da quinta-coluna nos vai anestesiando.
Pela minha parte, não dou o pescoço para a dentada.

11:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

1.Não preciso de andar de cama e pucarinho com carcereiros para saber isto. É dos orgãos de informação bem informados.
2. Quando há coisas assim não puxo nem do choradinho nem do grito. Limito-me a usar as armas que tenho e que se consubstanciam na escrita que pratico: espero eu que a lucidez e o conhecimento das coisas.
3.Que não respeitam o estado de direito? O qual? O que os radicaios islâmicos têm tentado destruir com todas as forças, fazendo jus ao que dizia Goering, e cito: "Aproveitaremos o jogo democrático que eles praticam para destruir a democracia"? Ou o estado de direito que existia no Afenanistão, onde no intervalo dos jogos de futebol enforcavam pessoas nas balizas? Ou onde mulheres que eram apanhadas sem homem ao pé eram chicoteadas? Ou onde se praticava o espancamento das mulheres e dos homens sobre os quais se dissesse - se dissesse, não provasse mediante julgamento e mesmo aí estaria mal, que haviam praticado adultério?
E fico-me sobre isto do estado de direito, que nuns casos é desprezado e outro se grita por ele.
A tristeza na alma com que te calas, Manel, não é maior do que a minha, que numa manhã fui acordado com a notícia de que havia mortos em barda em Espanha, gente que possívelmente se tinha cruzado comigo três semanas antes, ali ou noutro local da querida Madrid. E que soube com mágoa que pessoas que nunca vira tinham ido pelos ares, só porque uma vanguarda de outros milhões que aguardam o seu momento para darem a peida a Alá os tinham estrafegado em Londres?
Calhou de não ser um filho meu, que possivelmente irá para lá para o ano.
Mas independentemente disso - morrer-se porque uns principes e outros milhões de fanáticos nos querem oferecer como holocausto a um deus, autoritário e torpe como todos os deuses?
Ao menos os que os combatem podemos despedi-los mediante eleições!
E quanto a teres perdido amigos, não me parece. Eu continuo a ser teu amigo e não digo isto por parecer bem e decerto tu sabes que é assim. Só se deixares de me ligar meia por eu opinar assim. E mais: se alguém te quisesse calar, tinha de se haver comigo e de certeza que os outros amigos daqui pensam o mesmo que eu. De certezinha! O abraço firme de sempre.

11:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

?E antes do Afeganistão? Não se pode esquecer que o terrorismo islâmico dura desde o século 13 (no fundo o terrorismo é de sempre)?.

Para se saber qual foi o maior massacre de sempre basta ler:
Las venas abiertas de América Latina
de Eduardo Galeano
Por favor, consultem a página:
http://ar.geocities.com/veaylea2002/galeano/venasabiertas2.htm

Em nome de que religião foi cometido? Do Islão?
Foi em que século?

Ainda me lembro de ver o Apocalypse Now. A determinada altura há uma vietnamita que se faz explodir (uma bombista suicida). Era uma terrorista islâmica?

Terrorista:
que ou pessoa que é partidária do terrorismo;
Terrorismo:
sistema de governar pelo terror e com medidas violentas; actos de violência praticados contra um governo, uma classe ou mesmo contra a população anónima, como forma de pressão visando determinado objectivo; forma violenta de luta política com que se intimida o adversário; modo de impor a vontade por meio da violência e do terror.
Terror:
pavor; grande receio; pânico, qualidade de terrível; regime político assinalado por perseguições, prisões e morticínios.

Podemos agora, com base nestas definições, começar a pensar numa lista de actos terroristas?
Por exemplo, a guerra contra os vietnamitas, foi ou não um conjunto gigantesco de actos terroristas?

11:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

tenho andado a acompanhar esta discussão; tem sido muito interessante, mas realmente já não há pachorra para o argumento da "justificação"... deixo aqui a pergunta: voces têm a noção do que estão a dizer quando afirmam que alguém está a "justificar" ou "desculpabilizar" o "terrorismo"?? foda-se vocês têm essa noção? eu pela minha parte, que li e participei em debates destes desde o 11 de setembro já não tenho pachorra nenhuma para isso. AO princípio, parecia-me lógico pensar que estas coisas não acontecem só porque meia dúzia de malucos nos querem limpar o sebo, que isto é uma história necessariamente mais complicada e que perceber essa complexidade é o primeiro passo para derrotar esta escumalha; quando levei com o rótulo de "desculpabilizador de terroristas" fiquei sinceramente perplexo... não percebia ! deposi fui lendo e debatendo e percebi que os que dizem isso ou fazem.no como estratégia para impor uma agenda política (ah e tal, temos que ter menos liberdades, e o caralho) ou fazem-no porque de facto acham que aqui não há nada para explicar, isto é uma guerra que nos foi declarada unilateralmente do nada .... os primeiros parecem não andar por aqui, felizmente... Aos segundos, reitero a pergunta: têm a noção do que é dizer a alguém (que neste caso até conhecem, pois estão no mesmo blog) que está a justificar o terrorismo... foda-se, isso faz-se, pá? isso é muito, mas muito má onda, e é normal que as pessoas fiquem chateadas. eu neste momento, já estou como o Manuel Resende: não me arregimentem para guerras de civilização. Prezo muitíssimo as conquistas civilizacionais das democracias ocidentais, mas enquanto não aceitarmos que essas democracias não têm um cadastro propriamente imaculado, e raciocinarmos a partir daí, ai acho que estamos bem fodidos, isso estamos. e fazer isto, NÂO É JUSTIFICAR O TERRORISMO, foda-se!

pardon my french

12:01 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

"Não devemos dialogar com os demónios, pois eles enredar-nos-ão numa conversa sem fim". É uma frase simbólica.
O ter havido outros terrorismos não rasura o facto de este ser especioso e com um prolongamento no tempo muito mais poderoso, uma vez que o outro era feito em nome de lutas políticas, de casta ou de enquadramento.
Este é feito por homens de Deus, garantem eles que pelo próprio Deus... É o chicote de deus, não de um povo qualquer explorado.
Portanto, só não entende quem não quer.
A al-qaeda é só a ponta do iceberg.
Espero que o mundo - eu daqui a vinte anos irei de abalada, se durar até lá e para mim acabou-se o ordálio - não o descubra demasiado tarde!
E agora também me calo para não alongar a questão e porque assim o deve ser.

12:04 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

foda-se o Rumsfeld apertou a mão ao Saddam! isto não merece nenhum comentário? isto é normal? não dá para perceber que a política do "he's a sun of a bithch, but he's our sun of a bitch" é que está a lixar isto tudo?

pronto, my two cents.
e não se zanguem, que não vale a pena :) eu também me chateei com algumas pessoas ( e foi reciproco) mas depois passou. e obrigado pelo debate, que eu já vi muitos sobre este tema, e este foi dos melhores, apesar do gosto amargo do deja vu justificacionista ;)

12:10 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Quem está a provocar guerra de civilizações não é este lado mas sim o outro.
E de facto não ver isto ou é cegueira ou intenção deliberada.
E mais não digo - mas não porque me curve ao BERRO de que isto já está a durar demais. Durou porque teve de durar, porque isto da parada que se está jogar no mundo desperta razões e desrazões. E não fômos nós que iniciámos a discussão!
E não é com esses foda-se que me deixo intimidar.

12:10 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

ns, não quero intimidar ninguém! digamos que na ausência de informação paralinguistica a que estamos sujeitos na net, os smileys, maiusculas e caralhadas desempenham essa função :) as minhas desculpas pela rudeza de linguagem.

12:20 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Manuel Resende,
Com certeza não perdeu amigos. E terá ganho outros que nem o conhecem. Todos nós que aqui contribuímos, do blog e de fora, tratamos apenas de cuspir a revolta como pudemos. Houve quem optasse pelo silêncio. Respeito essa dor. Outros, por aqui, como este até agora calado leitor, precisaram de estoirar os dentes ao sentimento. Porra para o que nos querem construir, e nós a pedi-las ? porque esse é o caso. O importante é continuar a pensar, com todas as opiniões reduzidas a isso mesmo, opiniões, ainda que veementes. E os amigos são sempre mais importantes do que as opiniões. Na terra da escrita pode-se amar a posição do outro porque há um poema, Filipe Guerra fê-lo, com outro poema. Por mim, sei apreciar o vulcanismo são e precioso de Nicolau Saião. Depois, não há campos opostos, infelizmente o campo é fluído. Todos condenamos a bombarda, venha ela de onde vier. Outra coisa, bem diversa, é se podemos e devemos perceber o que realmente se está a passar, para além do folclore. É que ninguém ama assim tanto a morte, se não acreditar no que está a fazer. E enquanto não percebermos que são crenças o que move as pessoas, não as podemos entender. Se não nos entendemos, como vamos resolver o que nos opõe? Estamos condenados ao até à extinção de um dos lados? Mais, estamos a recusar-lhes humanidade. Ninguém nasce terrorista. Peço desculpa, Nicolau Saião, mas lavagem, di-lo quem? Neste género de operações não há senão operacionais convictos, já vai longe o tempo em que Feisal chorou a traição inglesa e francesa. De resto, é presenciar. Pode ser que seja igualmente importante ou irrelevante que haja quem defenda, por exemplo, baleias e quem as abata - que sabemos nós da economia zoológica do universo? - mas, independentemente da integridade das condutas que possa resultar de ambos os lados, assumir uma conduta é tomar posição, é exibir a correcção considerada, na convicção como na razão, e desse modo, expor-se como um agir de forma a, por exemplo, não propriamente minimizar a injustiça e a violência que se tornou o mundo, do Iraque a Londres, mas, mais modestamente, exibi-las como tal, para que a situação não determine a priori as respostas, mas persista em depender do nosso pensamento sobre ela. Independentemente do resultado efectivo, só a assunção de uma dependência das coisas para connosco, inerente à conduta, faz de nós responsáveis pelos e perante os outros e o mundo. Quando os meus filhos me pedirem contas - porque arrogar-se uma conduta é dispor-se a prestar contas, tenho que saber dizer onde estive e como agi, no que pudesse depender de mim. Sem fantasmas de Chamberlain, Churchill ou Stalin, o Apocalipse. E o que não fiz. Na certeza de que a integridade da minha conduta, não a mancha o indeterminado dos efeitos, mas a inacção.
Justiça, em caso algum, sinonimiza vingança, erro que não se pode já rasurar. Depois, talvez haja que não esquecer que destruir o passado e o futuro de um povo, manietá-lo de memória e de esperança, é, como destruir o seu presente, um holocausto. Que há mil maneiras de cozinhar um holocausto. Todos, hoje, somos potenciais alvos da violência de um terrorismo internacionalizado e fundamentalista, porquê? É mesmo apenas um? Como é que isto aconteceu? A apregoada batalha da razão contra o fundamentalismo, da resistência, agora está na moda dizer resiliência - a quê, exactamente? - contra a suposta má consciência, não obliterará essa anterior batalha entre os interesses colonialistas e a sobrevivência identitária do colonizado de que, afinal, é o efeito? Não é a religião que luta, ela é o pretexto certo no momento certo, uma forma de criar uma identidade pan-árabe. Eles, simplesmente, querem-nos fora da terra que é deles. Fora. O que parece não convir ao ocidente, dizem-nos. O resto é a retórica de guerra. Mas continue a alimentar-se esse ódio e, aí sim, corremos graves ricos, em qualquer caso.
Ah, e não me venham dizer que isto já tem lastro. Sei que sim. Por quem viu como os Americanos faziam política no mundo árabe, demasiado de perto.
De qualquer modo, isto é uma contribuição à discussão, não um convite à discórdia.
CM

1:32 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Morte ao Deus islâmico e ao Deus capitalista!

1:46 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

morte a todos os deuses e todas as religiões!

1:52 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O que mais me irritou nesta discussão foi cada qual (inclusive eu) se entricheirar no seu ponto de vista e não querer aprofundá-lo, o seu e o dos outros. Estava em causa o terrorismo islâmico (quem disse que ele não existe?), e estou de acordo que existem outros terrorismos, como os terrorismos de Estado de Israel e dos USA. As origens e as bases políticas desse terrorismo ninguém mas quis explicar (parece que todos tiveram medo dessa discussão), negando estas causas e realidades com muita argumentação falaciosa e uma assustadora fragmentação do pensamento. Só para terem razão na contenda, à boa maneira portuguesa. O próximo tema é: Tem ou não tem o miguel razão ao dizer que não tem condições para ficar no Benfica e vice-versa?

9:14 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

O problema é que a expressão "terrorismo islâmico" é perigosa, é ambígua, etc., etc., etc.
É como a expressão "terrorismo cristão"...
A propósito da Irlanda, falava-se (e fala-se?) de "terroristas católicos". Mais uma expressão ambígua, perigosa. As razões do conflito com os irlandeses não estão na religiâo!
Que o que aconteceu em Londres foram actos terroristas, parece-me óbvio! Então não provocaram o terror? Em muitas pessoas.
Actualmente usam-se muitas expressões que são igualmente enganadoras como por exemplo "aliados" para designar aqueles que bombardeiam e ocupam o Iraque (EUA, Reino Unido, etc.).
Há também a expressão "comunidade internacional". Designa o quê? Os amigos dos EUA? A ONU?
O que se passa no Iraque não é o terror quotidiano? Provocado por quem? Iniciado por quem?
Em 6 e 9 de Agosto, há 60 anos, cairam bombas sobre Hiroxima e Nagasáqui. Não é isto o supremo terrorismo? Foram islâmicos?
Como qualificar o maior massacre de sempre, quando os espanhois desembarcaram na América e dizimaram os homens que lá habitavam? Terá sido "católico" este terrorismo?
Muitos índios se suicidavam quando os espanhois se aproximavam para não caírem nas suas mãos. Eles não tinham armas. Se tivessem explosivos alguém duvida que os utilizariam para causar o maior dano possível ao invasor?

9:54 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro Anonymous, isso são verdades como punhos e fazem também parte do manual político de esquerda que eu sigo e em que acredito. Mas pergunto: quem pôs as bombas em NY, Madrid, Londres, Moscovo, Daguestão, Ossétia (os tchetchenos? Quais deles, os do poema de Manuel Resende ou os da Arábia saudita?), Bali, na ONU de Bagdade? Resposta: foram homens (já que terrorista é uma palavra perigosa e ambígua!!) seguidores de uma doutrina e ideologia radicalistas com base na religião muçulmana (já que terrorismo islâmico também é uma expressão perigosa e ambígua!!). Quanto aos outros terrorismos, de Estado e outros, ficam para outras bombas, atiradas dos aviões ou colocadas dissimuladamente nos sacos de plástico. É uma questão de método. Ou delimitamos a discussão num ponto ou não chegamos a lado nenhum.

10:40 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

"Terrorista" não é uma palavra nem perigosa, nem ambígua.
Já "seguidores de uma doutrina e ideologia radicalistas com base na religião muçulmana" me parece uma afirmação bastante ousada. Você sabe? Então sabe muito mais que muita gente! Informe-nos! Quem pôs as bombas em Londres? Eu não duvido que quem o fez possa frequentar Mesquitas... Ponho a hipótese, quase a certeza, que quem o fez era islâmico. Não duvido que quem o fez seja terrorista.
Lembra-se que o Aznar também tinha muitas certezas? Era a ETA!
Quem deitou as bombas em Hiroxima e Nagasáqui eram "seguidores de uma doutrina e ideologia radicalistas com base na religião cristã"?
A discussão não se pode "delimitar num ponto"! Um terrorismo é consequência de outro(s)!

11:12 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não vale a pena discutir com casmurros. Sim, sabe-se quem pôs as bombas nesses sítios todos e, em Londres, tudo indica que tenham sido os mesmos. Isso do Aznar, da ETA, um terrorismo que puxa outro, são argumentos falaciosos, ou antes, infantis.

11:20 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Peço desculpa por voltar a falar, mas creio que se impõem algumas precisões: num debate, cada um deve/pode apresentar as suas opiniões sem que isso signifique desrespeito pelo outro. Se não fôsse assim caíamos no facto (muito estimulado, por exemplo, pela Hierarquia Católica) de que se "deve respeitar" e, portanto, nada dizer. As opiniões livres pertencem ao cerne da democracia e ninguém deve ficar ourado por elas existirem.
Depois, há que dizer: as frases de anonymous procuram a todo o custo estabelecer o seguinte: é lógico e natural, senão compreensível, que os muçulmanos perpetrem ataques suicidas: também os índios se suicidavam aquando dos ataques dos espanhóis. E creio que temho autoridade de conhecimento para lhe dizer: isto não é verdade. Só num caso isso sucedeu, em circunstaâncias bem determinadas. A regra era lutarem -e engana-se se pensa que os índios não tinham armas, deve conhecer muito mal a Nação Índia - e, não podendo resistir, fugir e juntarem-se a outras tribos. Indico-lhe, para se documentar melhor, o texto que sobre os índios saíu na "águas furtadas" nº 7 (à venda, como já foi dito neste blog, nas livrarias).
Depois, diz também que não há a certeza de os ataques terroristas serem feitos por islâmicos. Isto é decerto uma brincadeira, só pode ser! E nem comento a enormidade.
Depois, dá como exemplo a tentativa manipulatória de Aznar. Mas tal não colhe, porque houve ao mesmo tempo declarações de outros sectores que logo identificaram os islamitas. Para quê utilizar neste debate algo que até na altura estava mais que clarificado?
O ataque a Hiroxima e Nagasaqui foi um acto brutal mas um acto inscrito numa guerra, que da parte dos japoneses(militaristas ferrenhos, apoiados não só pelo imperador mas pelo povo japonês)era total. Estes ataques são perpetrados tendo outra lógica, cavilosa.
E torno a dizer: por ter havido outros terrorismos - que evidentemente condeno, como é óbvio - isso não rasura o facto de que é este o que agora existe e numa lógica mística, portanto que impregna toda uma mentalidade da massa crente.
O que separa o terrorismo islâmico do, por exemplo, terrorismo dos católicos irlandeses, é que estes não se reivindicam do seu Deus como inspirador dos actos - ao passo que os islâmicos o fazem por mandato de Alá!
E dizer-se que um terrorismo é consequência de outro, por muitas voltas que lhe dê, é a mais clara justificação, mesmo "compreensão", do panorama que se está a verificar.
É que não é verdade - uma vez que os radicais islâmicos não agem assim movidos por uma justa indignação. Fazem-no porque está na sua doutrina, contra tudo e contra todos, ionstaurarem um estado global onde Alá seja o amo absoluto - por intermédio, é claro, do Califa e seus áulicos.
Esta é que é a questão.
E dito isto, como creio que já disse tudo, vou passar a outra produção.

11:42 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Aí, Filipe, permito-me discordar. O anonymous levantou um ponto, que o Filipe apoda de infantil e o Nicolau diz ser uma "enormidade", e que eu mesma tentei timidamente aventar: o de poderem não ter sido eles, embora eu esteja também bastante confiante que foram, e até em certo sentido o espere (um sentido diferente daquele por que Aznar esperava que tivesse sido a ETA em Madrid).
Opá desculpem lá, mas a mim parece-me que os nada místicos putos de Columbine só não fazem uma coisa assim mais em grande porque não têm meios nem arregimentação por trás. E acho (cruz credo, vão-me cair todos em cima!) que os dois fenómenos podem ser relacionáveis pelo que aliam de superstição, desinformação e conspiração.
O terrorismo, nestes moldes ?novos? que tantos vocês têm afirmado que são, não pode ser reduzido ao fundamentalismo islâmico que não é novo. Nestes moldes ?novos?, julgo, ele deve ser relacionado, entre outras coisas (a barbárie a minar o império americano, que também é novo, etc.) com aquela que me parece ser a contrapartida que aproveita, a de uma ?nova? cultura de suspeição, por sua vez apoiando-se na ?exploração do horror e do medo? que Manuel Resende focou num dos seus comentários. Esse aproveitamento é comum a todos os terrorismos, e essa cultura tem sido (também? especialmente?) difundida pelos apregoados processos de regulação dos regimes democráticos, como aquela lei pós-11 de Setembro que dá cobertura a muitas estapafúrdias delações de ?anti-americanismo?.
Pode parecer demagogia. Eu acho que é cautela, porque o fenómeno na realidade é complexo, e se é preciso fazer um esforço para nos focalizarmos no ponto que torna específico o terrorismo islâmico, não podemos pura e simplesmente desligar-nos do que é (cada vez mais) comum a todos. Acho eu. É a merda da árvore e da floresta.
Pelo que louvo o povo inglês pela principal intenção, desde o princípio, de não deixar vencer o medo, de não explorar o horror.
Assistir cinicamente à barbárie, também não.

12:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Deve ser por nã oter usado as tags html, mas as aspas saíram-me todas em pontos de interrogação.

12:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os atentados foram reivindicados expressamente e reiteradamente pelos grupos islâmicos. O modus faciendi é, além disso, claro e sobre isto não subsistem dúvidas.

12:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Acho que já se esqueceram das imagens de "pessoas do povo" em países islâmicos e é verdade entre eles muitas e muitas mulheres as mais prejudicadas pelo fanatismo a bailarem nas ruas de alegria por eles terem rebentado as torres. A vossa memória é curta?

12:33 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Para m.r.c, não sei se era para mim, mas não. Como não me esqueci do entusiasmo juvenil dos soldados "aliados" (para não particularizar agora nos "americanos", que é tb. redutor) por estarem a jogar a sério às guerras.
Para o anonymous: já disse que também estou confiante que tenham sido eles. Mas o não deixar penetrar a dúvida parece-me uma rejeição ingénua de que outros sejam capazes de fazer o mesmo. Se calhar é assim que está bem: vamos lá ver o "tipo" deles, que depois tratamos dos nossos, como diz o Filipe. Mas eu continuo a achar (e creiam que não é só por mania da contradição) que há coisas que têm a ver.
Quanto à «clareza do modus faciendi», só um pormenor. Já ouvi estas duas ilações em canais informados:
- os processos são semelhantes porque usaram bombistas suicidas como em Nova Iorque
- os processos são semelhantes porque não usaram bombistas suicidas como em Madrid

Para quê tanta pressa e certeza em dizer que isto é um mal que só pode vir dali?

1:01 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os terroristas islâmicos estão trair as lutas de libertação dos povos por todo o lado, do Iraque à Indonésia.
Os terroristas islâmicos não querem a libertação dos povos em que se infiltram, apenas se aproveitam deles.
Os terroristas islâmicos não são grupos de gangsters mais ou menos dispersos, mas obedecem a uma estratégia global que, para maior eficácia junto às massas religiosas islâmicas, está ancorada numa ideologia da morte bebida na interpretação abusiva do Corão.
Os terroristas islâmicos são contra-revolucionários e só têm causado divisões nos movimentos revolucionários, fazendo abortar as lutas políticas e armadas mais consistentes.
Como contra-revolucionários teocráticos e passadistas que abominam as lutas de libertação revolucionárias, os terroristas islâmicos são de grande conveniência para Bush, Blair, Sharon e companhia, e também porque representam bem o papel de inimigo sem rosto e sem princípios de que o poder ocidental, com a ausência do comunismo, precisa para se manter sem oposição.

1:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Ou seja, eu, que sou contra a pena de morte e o genocídio, só posso colocar-me duas questões:
- como posso contribuir para que isto acabe?
- como posso estar a contribuir para que isto se perpetue?
Ainda não tenho qualquer resposta para a primeira questão. Mas para mim é claro que questionar-me não é justificar os outros.

1:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Li agora o último post do Filipe. Concordo.

1:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Desde ontem à noite que tem estado a ser difundida pelas agencias internacionais absolutamente credíveis a notícia de que foi captada pelos serviços secretos espanhóis uma nota da Al-Qaedha ordenando a todos os grupos armados radicais um ataque geral à Europa utilizando as armas que causem mais vítimas onde se incluem mísseis que já estão nas suas mãos.
Quanto à opinião do Sr. Filipe Guerra corresponde inteiramente à realidade.

1:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Recebi hoje, finalmente, um mail de alguém muito próximo. Diz que está bem. Que nesse dia acordou tarde. Não foi à universidade, à boca do metro, demasiado perto do sangue. Tenho as mesmas dores que os londrinos. Mas recuso a facilidade da sátira como do pânico, como recuso folclores resilientes, com ou sem gaitas e rainha. Contra flatos e remoinhos, do vento ou do espírito, declino deixar de pensar. O policial ainda vai a meio e espero, sinceramente, estar errado. Mas o jogo é muito alto, demasiado alto.

Uma coisa o terrorismo conseguiu. Tudo se extremou ou reconfluiu. Nada mais é simples e tudo quer continuar a sê-lo. Mas, porque sentimos hoje necessidade de afirmar que estamos do lado dos valores do Ocidente? O que treme, sob os pés? Já nos detivemos a pensar um pouco nisso? Não é curioso que, anteriormente aos anos 90, ninguém veja avizinhar-se o conflito de civilizações e que, inclusive, renomados especialistas menorizem o integrismo islâmico como potencial perigo a qualquer outra escala que o local? O que é que aconteceu entretanto? Entretanto, um Sr. Francis Fukuyama, anteriormente conselheiro de Reagan e então o Director do Departamento de Estratégia do Estado Norte Americano de Bush pai, vai ficar célebre com o autêntico best-seller que foi ?O fim da História?, de 1989, pouco tempo depois, em 1993, Samuel P. Huntington publica o seu "Choque das civilizações". Era o Ocidente contra o Oriente! A Cristandade contra o Islão! ?A próxima guerra mundial, se ocorrer, será uma guerra entre civilizações? (Gradiva, p. 22). Heróis principais: o ocidente e... ?o resto?.
Não interessa se Huntington vai ter razão, interessa se a está a ter ainda que a não tivesse que ter. E isso é grave. Porque sentimos hoje necessidade de afirmar que estamos do lado dos valores do Ocidente? Quem nos criou essa necessidade? O 11 de Setembro, os atentados de Madrid e Londres? Ou toda uma política ocidental para com o ?resto? do mundo? O acto de terrorismo integrista não é a ressurreição da medieval dicotomia entre a grande cristandade e o grande Islão. Nem o Islão é, de momento, poderoso, ainda que grande seja, nem a cristantade é hoje uma identidade real ao mesmo título. O terrorismo integrista é apenas a versão muçulmana ? mas olhe-se também o que se passa em África ? de uma reação explosiva de anti imperialismo e anti colonialismo e exploração de forças. Não se trata de uma jihad contra o Ocidente ou os seus valores, mas a obrigação moral dos árabes se defenderem, no caso, de um neo colonialismo tentacular e de oligarquias fantoches por aquele instaladas. Não é expansão da fé, mas luta contra a opressão. Façamos a pergunta: porque é hoje o islamismo a maior religião em África? Leia-se no Alcorão (42: 41-2): ?Não há meio de constranger aqueles que se auxiliam depois de haverem sido oprimidos. O procedimento só existe contra aqueles que vexam os homens e oprimem na terra sem razão. Esses terão um tormento doloroso.? O que havia a oferecer do lado do colonialista? Uma bela religião dos fracos e das vítimas que, por bela que seja, uma vez apropriada pelos fortes se tornara numa sórdida exortação à aceitação. Uma agressão é um acto voluntário, poderíamos não tê-lo feito? Abu Hanifa: se por receio de matar inocentes, os muçulmanos parassem de atacar quem os tenta privar da sua identidade, não se poderiam sequer defender, pois no terreno da guerra não há um só lugar em que não os haja. Para Simone Weil, as relações humanas são relações de força e a dominação, as guerras não estão destinadas a desaparecer. O mesmo reconhece o Islão. E toma como inimigo a opressão. Que nos diz Weil? Algo muito simples, para que meditemos: ?Na realidade, a brutalidade muda está quase sempre em erro se a vítima invoca os seus direitos e a força necessita cobrir-se de pretextos plausíveis; por outro lado, os pretextos manchados de contradição e de mentira são, ainda assim, bastante plausíveis quando são do mais forte?.
Condeno. Recuso-me, no entanto, a deixar de tentar perceber. Como sempre nestes momentos, a ideia única esconde as botas cardadas que a besta humana sempre enverga sob a maciez de um paraíso de liberdade e democracia económica que exige uma imposição aos infiéis que a não entendam, a bem, dizem-nos, da humanidade. Só que a ideia única hoje não é ideia, sequer pensamento, mas apresenta-se-nos como a fatalidade do fim da história e da vitória do liberalismo, por sua vez apresentado, ironicamente, como um novo paraíso na terra. E como se realiza tal coisa? Ninguém sabe, mas todos o aceitam porque as alternativas não se perfilam. Não há crença ou ideias no sentido quase épico que permite o carácter do santo da falecida idade, dita média, ou do camarada Álvaro (ainda que não fosse meu camarada). É a essa morte que andamos a assistir. Os fundamentalismos, o da América vermelha de onde provem Bush ou o da Al Qaeda, são o estertor ainda da ideia religiosa e já da ideia de militância. São crenças desesperadas, e são aquilo em que o mundo ameaça tornar-se dividido entre extremismos anacrónicos e o império do sub-homem, o homem com letra pequena que come pizas e hamburguesas frente à televisão e diz sim e amém.
E a farsa liberal democrata segue com os exemplos que se vêem. Ao rever um discurso de Cunhal, aquando da queda do muro, fiquei admirado como a veracidade das suas previsões. Dizia ele que, agora, o grande capital se internacionalizaria selvaticamente, que assistiríamos à economia a dirigir a política, que veríamos o grande capital, sem qualquer rebuço, a invadir países e a fomentar a divisão interna em outros com justificações mirabolantes incentivando os extremismos que na lei de terra queimada lhe abririam o terreno. E o que temos senão isso? Iraque, Irão, Síria e o mundo árabe em destruição acelerada, demonizado, convidando a ódios religiosos que justificariam as manobras (qualquer especialista em terrorismo sabe que a morte de Hariri não foi obra da Síria, até porque foi feito para a destruir ? como nos romances policiais, nunca o assassínio é o mais aparente, sobretudo se só tem a perder com o acto ? , a marca da mossad está em todo o lado, só eles, seja-lhes reconhecido o profissionalismo, seriam capazes de um crime tão limpo). Nunca como hoje as coisas foram feitas com tanto descaramento sem que ninguém as veja. E assim vai o mundo. Pela segunda vez, o ocidente moderno desaprende a arte da auto-construção, a ficção fundamental que é ser-se humano e que exige uma ética pública, a formação de caracteres, a discussão de ideias. E isto a nível individual como social. Entramos no tempo do homem com letra pequena, do homem cansado que vive no melhor dos mundos, não é...?
Vamos ver o que virá a seguir. Não quero ser pessimista. Mas, na minha humilde opinião, sobretudo hoje, ao contrário mais uma vez do que se apregoa com a morte das ideologias e o fim da história, sobretudo hoje, é importante voltar a fazer as perguntas que nos desabituamos de fazer, sob pena de um novo caos propício a novos totalitarismos, desta vez a outra escala. Numa coisa o Filipe Guerra tem absoluta razão: ?os terroristas islâmicos são de grande conveniência para Bush, Blair, Sharon e companhia, e também porque representam bem o papel de inimigo sem rosto e sem princípios de que o poder ocidental, com a ausência do comunismo, precisa para se manter sem oposição.? Mas não é precisamente isso que deveria apelar à reflexão?
E acabo com outra citação: ?Há trinta anos escrevi um artigo onde digo: ?Este Estado de Israel vai torturar outros seres humanos. Deverá fazê-lo para sobreviver?. Não digo que não se trate da sua necessidade de sobrevivência militar e política. Mas via-se acontecer. E durante dois mil anos, na nossa debilidade de vítimas, tivemos a atitude supremamente aristocrática de não torturar os demais. Para mim é a grandeza do nosso património. E Israel tem de ser um campo armado, tem que sê-lo, e armado até aos dentes. Há que ter gente encarcerada em condições repetidamente terríveis. Considero isto um preço que eu, eu, não estou disposto a pagar?
George Steiner, Barbárie de l?ignorance, Bord de l?Eau, 1998
Depois isto, volto à traça, aos livros. Vou de férias, o que não pode deixar de revoltar-me. Mais uma vez. Mas sou eu que sou assim. Ah, e fico com pena da surdez do Manuel Resende, poeta que admiro. Mas isso é outra dor, dores de despeitado. Mas o Manuel Resende está no seu pleno direito. Só respondemos a quem queremos. Por mim, está terminada a conversa. Vivam bem com o que têm.
CM

1:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O ataque geral ordenado não é apenas de combate no terreno. É também no plano psicológico e de propaganda.
Ou seja, inclui a utilização da Internet e dos órgãos controlados por aderentes, tais como redes de televisão.
O integrismo islâmico só agora ataca porque só agora dispõe de armas a nível global.
O que este integrismo procura é tornar inevitável aos muçulmanos o ataque geral contra o outro campo.
Durante muitos anos praticou o seu proselitismo em África junto dos povos mais atrasados e aproveitando os crimes e os erros dos colonialistas ocidentais.
O problema não é o que Fukuyama refere, vem sim na linha do que diz o Sr. Filipe Guerra.

2:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A Autoridade Palestiniana condenou o ataque e todos os ataques semelhantes, o esclarecimento é: fazem recuar a luta dos povos árabes e se eles pudessem também nos prejudicavam. Isto é verdade e a A.P.tem razão.

2:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Anonymous: pode dar-me um link para a nota da Al Qaeda que refere?

2:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os noticiários, mesmo portugueses, difundiram.
Veja por aí e também na BBC.

2:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não tenho rádio nem tv onde estou a trabalhar. Já fui à página da BBC. Não vi. Não é para ser picuinhas, mas espanta-me como não colocam eles uma notícia de tão aparente fidegnidade e consequência (se têm mísseis...) em maior destaque.
Encontrei outras: diz o Sunday Times que a Al Qaeda anda a recrutar adeptos entre estudantes universitários islâmicos e outros profissionais menos suspeitos de vida arrumadinha e burguesa. Como é possível? Dão a esses cidadãos suspostamente esclarecidos a "injecção da ideologia da morte"? Custa-me a engolir, mas sei que o Hitler fez parecido.

2:45 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Minha senhora: veja e ouça na CNN news as declarações em vídeo do chefe da polícia londrina onde é revelado que pelo menos num caso é quase garantido que agiu um suicida.
Pergunte a quem tenha visto o noticiário da RTP 1. Num despacho, era referido em rodapé essa informação dos serviços secretos espanhóis sobre a nota da Al-Qaedha capturada na Internet em 29 de Maio.
Custa-lhe a engolir essa informação sobre estudantes islamicos porquê? Lembre-se que são doutrinados desde os dois anos.
Eu visito com alguma frequencia o norte de África e o que lá tenho visto não me deixa dúvidas sobre o que pensam mesmo elites.

2:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os estudantes a que me referia eram islâmicos na Inglaterra.
Ontem o noticiário da RTP 2 quase que me garantia que não havia nenhum suicida. O que aliás não considero muito relevante para o islamismo do mesmo. Repito: é só a desinformação que me irrita. Às vezes sob a capa de "agências internacionais absolutamente credíveis"... - essas agências estão identificadas? E que tinha esse despacho de tão importante para remeter só a uma nota de rodapé essa extraordinária informação?
Eu garanto que não o quero irritar a si. Espanta-me como é que certas coisas se questionam até à exaustão, e outras passam logo. É que também havia provas muito credíveis das armas de destruição maciça no Iraque.

3:17 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eles são também especialistas em gueerra psicológica. Não me custa a acreditar que essa informação seja baseada numa intercpção de uma mensagm verdadeira e que outras venham a surgir.

3:24 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A Nau de António Faria (José Afonso)

Vai-se a vida e vem a morte
o mal que a todos domina
Reina o comércio da China
às cavalitas da sorte

Dinheiro seja louvado
A cruz de Cristo nas velas
Soprou o diabo nelas
deu à costa um afogado

A guerra é coisa ligeira
tudo vem do mal de ofício
Não pode haver desperdício
nesta vida de canseira

Demanda o porto corsário
no caminho faz aguada
Ali findou seu fadário
morreu de morte matada

A nau de António Faria
Leva no bojo escondida
A cabeça de uma corsário
que lhes quis tirar a vida

Aljofre pérola rama
eis os pecados do mundo
Assim vai a nau ao fundo
Sem arte a honra e a fama

Entre cristãos e gentios
Em gritos e altos brados
Para ganhar uns cruzados
Lançam-se mil desafios

Em vindo de veniaga
com a vela solta ao vento
Um mouro é posto a tormento
por não dizer quem lhe paga

Vou-me à costa à outra banda
já vejo o rio amarelo
Foi no tempo do farelo
agora é o rei quem manda

Faz-te à vela marinheiro
rumo ao reino de Sião
Antes do fim de Janeiro
hás-de ser meu capitão.

4:25 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os serviços secretos ocidentais tiveram de agir no escuro e, nalguns casos, mostraram as suas limitações. No entanto, sabe-se que Saddam Hussein utilizou a chamada intoxicação para fazer crer que tinha armas. Em diversos casos, fez circular veículos, noutros, como na guerra anterior, mandou construir aeródromos repletos com aviões simulados.
No primeiro caso, Saddam acabou por ser vítima da fama das armas que não tinha mas que queria ter.
Não entendo é porque a Senhora tem tantas dúvidas. Crê mesmo que tudo isto é uma montagem de serviços americanos ou ingleses para terem um pretexto para atacar??!!
Não ando no segredo dos deuses da informação. Sugiro que aguarde, uma vez que tudo acaba por vir ao de cima. Essas agências estavam identificadas, eram as espanholas e a notícia foi veiculada pelo governo espanhol através dum porta voz dos seus serviços de inteligência.
Vi a nota de rodapé enquanto me encontrava a almoçar num restaurante de Anadia. Não sei se a notícia foi desenvolvida. M;as sugiro de novo que visione a peça da CNN.
Os estudantes muçulmanos na Grã-Bretanha podem ser arregimentados.Tal como em qualquer outro país.
Não pode esquecer que tem sido na Inglaterra que um importante chefe religioso tem feito propaganda clara a favor do integrismo. Sem ter sido perseguido aliás. Acha que num país radical, como o é agora o Irão, um inglês ou qualquer europeu poderia fazer propaganda das suas ideias sem ser de imediato preso pelo menos?

4:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não acredito que seja uma montagem.
Não foi isso que eu quis dizer. Não foi isso que eu disse.
Sim, acho que eles podem fazer guerra psicológica, e acho que ao alimentarmos, mesmo bem intencionadamente, um certo tipo de desinformação, estamos a contribuir para a guerra deles.
Acho que de facto às vezes é preferível esperar até as coisas virem claramente ao de cima.

4:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A informação é veridíca, foi agora divulgada mas já data de Maio (SIC notícias).

5:02 da tarde  

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