Poemas de Oscar Wilde. Numa tradução inédita de Margarida Vale de Gato
Segundo poema
SINFONIA EM AMARELO
Como amarela borboleta
Cruza a ponte a diligência;
Um transeunte, intermitente,
Surge tal mosca inquieta.
Contra o molhe se arremessam
As lanchas de feno amarelo,
E a bruma vela o cais, um selo
Ou lenço amarelo de seda.
Amarelas, folhas fanadas
Caem dos olmos de Temple;
Verde, a meus pés, jaz o Tamisa
Tal vara de jade estriada.
Tradução de Margarida Vale de Gato
Nota: texto retirado da antologia Poems, a publicar em breve pela Relógio d'Água.
4 Comments:
Isto deve ter o mesmo problema do Kavafis: a passar da língua-mãe para português perde-se um bom bocado. Imagino os sons em inglês e em português já perdeu muito.
Brigadinha pla parte que me toca. E q som é que tu imaginas, comparsa? "Yellow"? Bof! Vou mas é dedicar-me à aquaricultura.
(Já agora, Luís, este poema é, quanto a mim, uma desconstrução pró-moderna do anterior. Volta sempre.)
Oscar Wilde ficou na história da literatura pelas suas extraordinárias peças de teatro, destacando-se entre todas elas a extraordinária "a importância de se chamar Ernesto", um exemplar extraordinário da literatura do absurdo. A partir daqui as sandes de pepino nunca mais foram as mesmas... Este poema não é um bom poema é uma amalgama pós moderna de palavras, ainda por cima, com metáforas infelizes...
Margarida, eu não disse que o poema tinha sido mal traduzido.Se nem estou a ver o poema em inglês como poderia afirmá-lo?
Mantenho o que disse.
Basta comparares as diferenças entre o Kavafis da edição da Relógio D'Água (mais fiel à letra) e o Kavafis de Jorge de Sena. O de Sena é incomparavelmente mais belo, mas já não é Kavafis. É um Sena que partiu de Kavafis.
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