9.5.05

Uma serpente da Martini

"Amanhã à mesma hora, Diário de uma Stripper", de Leonor Sousa, já saiu. Comprei dois na FNAC Colombo. Um para consumo próprio, outro para oferecer como prenda de aniversário.
O livro que vou devorar de ponta a ponta à velocidade do som. E são 515 páginas. Em pulgas para ir ao lançamento, aguardando como um puto imberbe o mail da D. Quixote a sinalizar o local do crime.
(Por acaso já sei onde é, mas não digo)
E depois, vou-me a ela ou não? É que eu queria mesmo ir-me a ela. Por motivos literários. Estou a ouvir-me a falar com ela:
- Queria muito falar consigo. Sabe, também andei por aí nas noites de Lisboa e tenho um livro à espera de resposta na D. Quixote. Podemos vir a ser colegas de editora. Quero saudá-la pela coragem em dar a cara...
E ela a pensar, já nesta altura:
"Mais um palhaço a querer saltar-me para cima, com a conversa do costume".
Depois imagino-me a dar-lhe um cartão de visita. A escrever os sites e os blogs onde colaboro. E ela a deitar tudo para o caixote do lixo mais próximo, mal eu vire as costas.
Porra! Não preciso nada disto! Ela, se quiser, que me descubra. Pode ser uma grande stripper, mas de letras percebo eu!
E se "A Fonte" fosse o nome de um clube de strip?
Leonor vai para "A Fonte", vai descalça e não se segura... no varão, que estava peganhento, devido ao muco nasal da stripper anterior, constipada.
Tenho salvação?
Tenho. Já vi a stripper a dançar ao meu lado na festa dos 40 anos da D. Quixote, como uma mambra negra saída de um anúncio da Martini. Não sabia que era ela, mas desconfiava.

Luís Graça