2.5.05

Pó-de-tijolo: O diário quotidiano de Max Smash

DAY 6

E chegaram os espanhóis! Não os tenistas, que já cá estavam, mas os espectadores!
São muitos, têm bandeiras com touros estampados, têm bandeiras que dizem Badajoz, têm a lata de não aplaudir os adversários, têm o descaramento de gritar "olés" e também muita falta de conhecimentos sobre o ténis.
Vêm perto do final, quando lhes cheira a vitória. É claro que não são todos assim, mas a maioria é isto. Já são 16 anos de Estoril Open a estudar adeptos espanhóis.
Vêem os jogos do Moyà e do Robredo, mas deixam o Garcia-Lopez entregue a si próprio, quase sem apoiantes.
Enervaram o adversário do Robredo como o caraças! E se o italiano Davide Sanguinetti é desportista. Ele deu como boa uma bola para 2-0 para Albert Costa, depois de ter perdido o primeiro "set".
Mas no encontro com o Robredo, o Sanguinetti não se aguentou perante um espectador que "mandava bocas" a destempo, sistematicamente. E num espanhol perfeito, fleumático, disse-lhe:
"No tienes nada para hacer?... trabajar...?"
Foi a gargalhada geral.
No final, a marabunta de putos invadiu o "court" em demanda de autógrafos do desgraçado do Tommy. E quase foi corrida à vassourada por um senhor da manutenção do "court", porque um dos putos já estava a abrir a arca frigorífica da Coca-Cola, perante os olhares atónitos da assistência. Se rabo e orelhas houvesse, rabo e orelhas os putos tinham levado. E ao final da tarde já havia um a fazer gelo no rosto. Bateu contra uma árvore? Foi outro puto que lhe deu? Eu acredito em tudo.
Depois deste teste, assisti no Centralito à confirmação de um novo valor do ténis espanhol: Garcia-Lopez. Uma verdadeira batalha de homens da terra batida, frente ao costa-riquenho Martin, que gostava de ter notas de 5 euros por cada vez que é confundido com "mais um espanhol especialista de terra batida".
Ganhou o valor emergente, que tinha um senhor (provavelmente o treinador) na bancada a tocar uma espécie de kazoo (uma corneta de plástico, que permite vários efeitos sonoros) para apoiar o seu pupilo, sempre que ele ganhava um jogo. Mão na mochila e... aqui vai disto. Uma nota de humor bem castiça.
Depois emigrei para o Central e vi o final do Moyà-Mathieu, ganho de forma convicente por Moyà. Regressei ao Centralito para assistir a belíssima partida de pares: Cernak/Friedl - Aspelin/Perry. Duas duplas de boa categoria, um encontro muito interessante, seguido por muito público. Passaram os primeiros, favoritos à vitória, na final, perante Chela/Robredo, que despacharam o gigante Karlovic, associado a Carlssem. Só no primeiro "set" (que eu vi) o Karlovic despachou 7 ases!
E a sua incipiência é tão grande nos outros gestos técnicos que os juízes-de-linha saem do court a comentar isso. A propósito de juízes-de-linha, há uma data deles espanhóis. Não há memória.
E passaram o jogo de pares do Centralito a falar pelos cotovelos e a pensar no lanche. Safa!

DAY 7

A final mais aguardada (depois da final antecipada Moyà-Ferrero) seria um encontro Gaudio-Moyà. Mas com a lesão de Moyà a final vai ser Robredo-Gaudio.
Num dia com algumas nuvens, o calor mesmo assim esteve presente no Estoril Open. E o frio também, para o final da tarde.
Comecei por espreitar a final feminina de Pares, mas deixei as chinesas a tratar da irmã do Krajicek e fui ver o Moyà-Robredo. E depois de a coisa estar bem encaminhada para o Robredo (que nunca tinha vencido um set a Moyà) a lesão do maiorquino precipitou tudo.
O resto da tarde foi preenchido com uma meia-final interessante entre a esperança Garcia-Lopez e o vencedor de Roland Garros, Gaudio, que fez valer o seu melhor ténis e a experiência.
Pelas 19 horas, os poucos resistentes do court central puderam assistir a uma categórica vitória do par checo Cermak/Friedl sobre Chela/Robredo.
No final, os checos deram um grande banho de champanhe a quem apanharam pela frente. E não foram poucos...

Beijinhos e até amanhã:

Max Smash

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Luís Graça