Do déficit
"Quando o mar bate nas rochas, quem se lixa é o mexilhão" - podemos afirmar, se pensarmos nas estratégias que se perspectivam para diminuir o déficit orçamental. Queremos acreditar que existirão medidas duras para combater a fuga ao fisco, que serão devidamente tributados os rendimentos daqueles que mais ganham, que os profissionais liberais terão os seus sinais exteriores de riqueza investigados, que as mordomias dalguns quadros superiores da administração pública deixarão de existir, que os impostos sobre bens supérfluos aumentarão drasticamente... Mas, no fundo (bem no fundo), sabemos que os funcionários públicos (eternos bodes expiatórios) verão os seus salários congelados durante mais dois ou três anos, que a idade da reforma será aumentada, que muitas das prestações sociais (alívios para a indigência dos mais pobres) terminarão ou serão reduzidas...
Ruy Ventura
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