19.4.05

Tens um filho a sério, ó Erico!

Erico Veríssimo tinha muitos méritos literários. Um deles é seu filho: Luiz Fernando Veríssimo. Dei com ele nas sagradas páginas da Playboy brasileira, que começou a chegar a este lado do riozinho em 1982. Digo eu, que nisto de corpos nus não falho muito. Comecei a ler prosas várias e o argumento para os desenhos de Edgar Vasques do divertidíssimo "Analista do Bagé".
Agora tenho já lidos vários livros do Luiz Fernando. E com as colectâneas que vão saindo umas atrás das outras, já começo a ficar baralhado.
A última maravilha não me deixou na dúvida: "Já tenho? Não tenho? Tem coisas que eu já li noutro sítio?". Não, desta vez fui-me ao livro como gato a bofe. Chama-se "O melhor das comédias da vida privada" (D. Quixote).
Vou estragar-vos deliberadamente o gozo de descobrir o final da crónica intitulada "Batalha", que trata de um marido que desistiu de extraordinário sexo, porque a mulher fez batota a jogar à "batalha naval" em plena lua de mel:

"(...) Os amigos concordaram que seria perigoso ficar casado com uma mulher que esquartejava e espalhava o seu porta-aviões. Por melhor que fosse o sexo, era preciso pensar no resto da vida, quando os intervalos ficariam cada vez maiores. Jorge nem chegou a contar que os submarinos de Gisela não constavam do diagrama da sua frota. Segundo ela, estavam submergidos, podiam estar em qualquer lugar, nem ela saberia onde encontrá-los. Era melhor pedir o divórcio".

Luís Graça