28.4.05

Pó-de-tijolo: O diário quotidiano de Max Smash

DAY FOUR (3ª feira, 26 de Abril de 2005)

12 horas - Encontro no Monumental com o meu amigo Joaquim Cardoso Dias, professor e poeta. Um chaval da colheita do DN-JOVEM, uma escola de formação para escritores, fundada pelo Manuel Dias e fundeada nas nossas almas.
Missão: ofertar ao Alex Corretja um livro de poesia que tem um poema chamado... Alex Corretja.
Vem no "O preço das casas" (Gótica, 2002), com capa de Damião Porto.
E então, na página 35, diz assim:

hoje vou acreditar que ao escrever
o nome de um pássaro branco
o teu silêncio fascinado
se atira ao mar
com estas asas

O Alex esteve no Centralito 2 horas e 46 minutos para perder em três sets com o Feliciano Lopez. Depois, com o auxílio do Miguel Seabra (que nos levou à sala de jogadores), conseguimos ofertar o livro ao Alex, que ficou muito curioso com o poema e agradeceu. Como sempre, uma postura elevada e simpática.
Enquanto esperávamos, ficámos na conversa com outro bom exemplo de simpatia, o encordoador Rui Neves, ainda completamente absorvido pelo ritmo incessante de "amanhar" raquetas umas atrás das outras.
Mas isto foi já de noite.
14h25m - Eu o Quim já almoçámos e fomos de abalada até ao court número 1, onde o campeão do ano passado lutava pela vida com o costa-riquenho Martin, repescado da Qualificação. E não é que o Chelas foi mesmo à vida? Resta-lhe a prova de pares, ao lado de Robredo.
15h45m - Já estamos no court central, mas desta vez na cabeceira mais "batida a sol", porque o Quim não pode entrar na cabeceira destinada à Imprensa. Fiquei com o pescoço vermelho e um "bronze à camionista" nos braços, com direito a marca de relógio de pulso e tudo.
Vemos o Moya a ganhar ao Mantilla. No primeiro "set", o Moya desbaratou completamente o Felix. Mas depois a coisa complicou-se e nunca se sabe o que daria um terceiro "set".
17h55m - Já bem instalados no Centralito. Vimos o Pim-Pim Johansso a despachar o espanhol Calatrava e já estamos a seguir atentamente o Corretja-Lopez.
19h55m - Um casal nas bancadas. O senhor tem nas costas uma foto. Ele e ela de férias. Diz assim: "Made in Antíguas". Very in love, mas o cavalheiro está de óculos escuros à macho latino, com um toque tão subtil de ternura que nem vos digo nem vos conto.
20h02m - Lopez elimina Corretja.

Cantinho dos trocadilhos

# 27 Mantilla foi chamado de Mantequilla por um árbitro, em pleno court central, numa fase de qualificação, da primeira vez que veio ao Estoril Open. ESTA HISTÓRIA É VERÍDICA.
# 28 Carlos Moyà está tão interessado no atletismo que vai deixar o ténis e dedicar-se ao Maratona. Por sua vez, Carlos Móia já solicitou um wild-card para Roland Garros.
# 29 Os tenistas ofensivos gostam de subir à rede. Os alentejanos deitam-se nela e esperam que passe. Os internautas navegam.
# 30 Não é preciso ser um jornalista brilhante para brilhar no Estoril Open. Basta ter uma credencial ao sol. O reflexo é perfeito. Parece um espelho.
# 31 Se os fins de tarde no "court" central podem ser muito frios, não há como um Mantilla para trazer calor humano. Os jornalistas podem ajudar os espectadores com frio, cobrindo o acontecimento.
# 32 Felix Mantilla gosta tanto de chá de tília que na sua rua é conhecido pelo "Man-Tílico".
# 33 Todos os grandes toxicodependentes adoram o Estoril Open. É só inspirar. O pó anda no ar em todos os "courts".
# 34 Os senhores que regam o "court" não podem ser confundidos com "O regador mágico", uma sitcom inglesa que foi exibida nos anos 70, na RTP, com o título original de "Pardon, my genie".

Diálogos Identificados da Realidade Jamoral

- Olha uma vespa ! (Quim)
- Deixa-a ir. Se fosse uma Harley-Davidson é que valia a pena. (Max Smash)

Beijinhos e até amanhã, do vosso:

Max

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Luís Graça