Nem loira nem morena, venha de lá essa "Ruiva"
Agora sou eu a jogar. Saco mais rápido do que a minha carteira, na FNAC Chiado. E lá vão 9 euros e 90. Com esperanças elevadas de terem sido bem gastos.
Começo a ficar afectivamente preso à colecção "Beltenebros", da Assírio & Alvim. E ainda a procissão vai no adro. Banhei-me no sangue das virgens sacrificadas pela "Condessa Sanguinária" e agora vou mergulhar de cabeça em "A ruiva", de Fialho de Almeida, com edição de António Cândido Franco, que recordo, além do mais, por uma extraordinária dissertação sobre a poesia do meu querido amigo Fernando Botto Semedo.
"Fialho de Almeida pertence àquela família de médicos que se tornam escritores porque vêem na literatura uma forma de medicina e na palavra um ácido corrosivo mas terapêutico".
Ora vamos lá a um cheirinho, só um cheirinho:
"-Vamos, disse eu. Há uma cousa pior que um cão danado; é um coveiro bêbedo. E saí.
Um dia antes, o meu escalpelo penetrara o corpo dessa perdida criatura, que veio a fornecer subsídios notáveis à minha tese inaugural".
Uma operária lisboeta (Carolina, a ruiva) filha de um coveiro e de uma varina, que dá em puta. A história é esta. Estão a ver-me a falhar a leitura disto?
Luís Graça
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