Quartzo, Feldspato & Mica



6.4.05

Abrir aspas. Fechar aspas

A primeira vez que vi um homem morto. Numa pedreira abandonada, onde haveria de ser? Tinha um buraco no lugar do nariz, e os lábios da cor do líquen. Foi uma experiência que marcou a minha vida. Um pouco de mim, deixei-o logo ali. Mas não a inocência, já por essa altura mero invólucro mirrado. Vi-lhe vestígios de sangue seco na têmpora. Paolo, porque bate o vento em rajadas incoerentes? Tenho idade para assumir os meus actos. Se quebro um cântaro de barro, sou eu quem responde. Construí-me como uma catedral. De baixo para cima, e depois de cima para baixo, e depois as gárgulas e os santos. Ao longo dos anos, Paolo meu, sem plano, de menina a moça, e daí em diante.

Fim de citação.

posted by Rui Manuel Amaral at 08:40 R.I.P.

0 Comments:

Enviar um comentário

<< Home

    Um blog criado por António Pedro Pombo, Nuno Corvacho e Rui Manuel Amaral.

    Com a colaboração especial de João Luís Barreto Guimarães, Manuel Resende, Nicolau Saião, Rui Lage e Sophie.

    Correio para quartzo@sapo.pt

Ligações

    Agulha
    All Music Guide
    Artchive
    Arts & Letters Daily
    ArtAujourdhui
    Babab
    Berlinde's Journal
    B.N.|Pesquisa Bibliográfica
    Born Magazine
    Canal de Livros
    Diario de Poesía
    Dictionary.com
    Edições 2 Luas
    Jorge Salgueiro
    Lire
    Música Rara
    Ficções - Revista de Contos
    Pitchfork
    Poetry Magazine
    Poets & Writers Magazine
    Público
    Revista 365
    The Atlantic|Poetry Pages
    The Paris Review
    Words Without Borders
    World Literature Today

Powered by Blogger