Uma sereia baiana a andar de Motta.
Nova editora na praça: A PALAVRA. E uma colecção (Letras Tropicais) a estrear-se com o brasileiro Nelson Motta. O livro: "O canto da sereia, um noir baiano".
Sem mais delongas, o romance começa assim:
"Muito prazer. Sou Agostinho Matoso, mas aqui em Salvador todos me conhecem como Augustão, há quarenta e dois anos. Desde criança tenho compleição física robusta e minha massa impõe algum respeito, mas reconheço que atualmente estou alguns quilos acima do peso. Sou investigador particular há vinte anos, casado, com duas filhas adolescentes e, admito, algumas amantes eventuais. E uma fixa. Como a profissão é muito instável, também me viro como repórter policial, faço freelancers para o Diário da Bahia, estou em contato permanente com delegados, detetives, informantes e criminosos em geral, o que em alguns casos ajuda nas minhas investigações, mas na maioria das vezes atrapalha".
Gosto. Lembra-me o estilo de Luiz Fernando Veríssimo num texto que li na Playboy brasileira: "Mort. Ed Mort. O nome vem na tabuleta".
Luís Graça
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