Segunda pele.
Este post é puramente umbiguista. Perfeitamente dispensável, sem nenhuma utilidade, etc. Aliás, nem chega a ser um post umbiguista, é apenas uma feia e bojuda bola de cotão no umbigo de um post umbiguista. Mas apeteceu-me escrevê-lo, pronto. Se o leitor quiser pode passar à frente, faz muito bem.
Ora, quero falar aqui de "Drowning by Numbers", o filme que Peter Greenaway realizou em 1988. Porque acabei de ouvir o Andante da Sinfonia Concertante para violino, viola e orquestra em mi bemól maior K.364, de Mozart. E, na minha cabeça, este andamento é indissociável de certos planos daquele filme. E a razão é simples: a banda sonora de "Drowning by Numbers", composta por Michael Nyman, foi inspirada nesta peça. E "inspirada" talvez não seja o termo mais correcto. Na minha umbiguista opinião, Nyman reinventou com uma habilidade notável a peça de Mozart. E, por isso mesmo, e goste-se ou não do "minimalismo" adocicado do compositor britânico, Nyman transformou Mozart numa espécie de segunda pele de "Drowning By Numbers". O fantasma que assombra o filme.
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