Agualusa e o cavalo de D. Quixote.
Um Café Literário na Biblioteca de Oeiras. Noite de quarta-feira, após o empate da selecção de futebol na Eslováquia. Cá o "je" requisitado para entrevistar o seu amigo José Eduardo Agualusa, a propósito do livro "O vendedor de passados", que a agenda do Público transformou em "O vendedor de pássaros".
- Já me aconteceu doutras vezes - confessou-me o escritor.
Um homem inventa uma osga chamada Eulálio para narrador do livro e depois dão-lhe com pássaros na volta do correio. É assim a vida de um escritor.
Agualusa não se perturba e agora está virado para os cavalos. Ou melhor, para um cavalo muito particular, o Rocinante, montada de D. Quixote. Cinco escritores, cada um a escolher uma figura-satélite do Cavaleiro da Triste Figura. Para um projecto de contos.
- Escolhi o cavalo, claro. Porque o burro não constava da lista. Senão tinha escolhido o burro.
Agualusa não se queixa. Dá-se bem com as encomendas: "Porque sou preguiçoso. Se não tiver de escrever não escrevo".
Mas no que toca aos romances a coisa fia mais fino: "Para escrever um romance é preciso estar apaixonado. É preciso acreditar que a ideia central é muito boa. Pelo menos enquanto estamos a escrever".
Luís Graça
2 Comments:
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Andava eu à procura da capa desse livro, que comecei a ler ontem, e chego aqui. Vocês têm comentários muito... estranhos...
Madalena
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