Post Scriptum # 490
Jardim de Inverno do S. Luiz. Um final de tarde agradável. Lançamento do livro "1001 razões para gostar de Portugal" (Texto Editora), de José Carlos Abrantes, actual provedor do leitor no DN.
Na mesa, para além do autor, estiveram a cientista Maria de Sousa, a jurista Maria José Morgado, a estudante Ana Jones, a escritora Inês Pedrosa e Teresa Ricou, a responsável pelo Chapiteau (ou Chapitô?). Tive uma "branca".
No palco, a cantora de jazz Maria Viana, mais dois amigos (piano e contrabaixo). É que Maria Viana foi a razão número 55. E levou o número tão a sério que até compareceu com dois brincos em forma de 5. "Maria Viana, uma portuguesa que canta jazz".
E cantou "Basin' Street Blues", "Blues in the night" e "Let the good times roll". Bem, como era de esperar, apesar de não ter microfone.
O livro abre com Afonso Henriques ("D. Afonso Henriques e todos aqueles que, desde o século XII, batalharam para preservar a independência de Portugal") e fecha com os aeroportos internacionais ("que nos permitem partir para ver e sentir outras 1001 coisas boas de cada país visitado").
A coragem de editar um livro a dizer bem de Portugal foi mesmo tema da entrevista a José Carlos Abrantes na RTPN, ele que foi inspirado a escrever pelo "1001 razões para gostar do Brasil", obra que descobriu numa livraria do outro lado do Atlântico, tendo ficado cliente das paragens tropicais.
E se José Carlos Abrantes quis homenagear as mulheres portuguesas, chamando só senhoras para a mesa, a escritora Inês Pedrosa lá confessou que os homens portugueses "têm melhorado a olhos vistos", lamentando de seguida a ausência do poeta Fernando Pinto do Amaral entre as 1001 razões para gostar de Portugal. Esclarecimento: Fernando Pinto do Amaral é um dos poetas preferidos de Inês. Que o procurou por causa disso mesmo. E a coisa acabou em casamento.
Se à tarde fui à procura de livros e fui agradavelmente surpreendido com o jazz da Maria Viana, à noite fui ao Hot Clube à procura de jazz e vim para casa ler livros. "Dei com o nariz na porta". Uma porta aberta. Mas com tanta gente dentro do Hot que não dava para entrar. Pelos bons motivos: tocava o meu amigo e extraordinário pianista Bernardo Sassetti. Bem acompanhado: Carlos Barretto (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria).
Luís Graça
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