25.1.05

Post Scriptum #467



Joaquín O. Giannuzzi
(Argentina, 1924-2004)

A HASTE CAÍDA

Uma rajada de vento quebrou
a haste do gladíolo vermelho.
Tombado junto à cerca de arame
é como um braço vencido por um súbito cansaço.
Em volta a paisagem observa
o seu próprio esplendor verde depois da chuva.
A flor vermelha esmorece
sob a intensidade do sol
e o caule extingue-se de volta à terra.
Sabemos vagamente como tudo isto acontece,
ébrios de identidade e permanência:
em poucos dias completar-se-á a dissolução.
Mas lenta é a morte
por dentro deste fim que acabaremos por esquecer.

LA RAMA CAÍDA:
Una ráfaga de viento ha quebrado/ la rama del gladiolo bermejo./ Caída junto a la cerca de alambre/ es como un brazo vencido por una brusca fatiga./ En el vasto entorno, el paisaje atiende/ a su propio verdor creado por la lluvia./ Ahora, la intensidad del sol/ marchita el bermejo hacia un marrón reseco/ y el tallo oscurece adherido a la tierra./ Muy vagamente sabemos por qué sucede esto ante nosotros/ ebrios de identidad y permanencia:/ unos pocos días consumarán la disolución/ pero lenta es la muerte/ en este final que olvidaremos.


A tradução, talvez demasiado livre, é minha. Mais poemas de Giannuzzi aqui.