O Povo é Sereno #191
Pedro Dias, o actual director da Torre do Tombo, em entrevista ao Jornal de Letras, diz coisas tão extraordinárias como esta: "Quando 80% (oitenta por cento) do orçamento da Torre do Tombo é garantido pelo sector de Música da Fundação Calouste Gulbenkian há qualquer coisa que não bate certo." E mais: "Na Torre do Tombo vivemos uma situação dramática que apenas vai sendo encoberta pelo esforço do pessoal desta casa." Refira-se que o director da Torre do Tombo, local onde se encontra o património arquivístico mais relevante a nível nacional, é nomeado pelo Governo. Ou seja, Pedro Dias foi nomeado pelo Governo do PSD/CDS-PP. Trata-se, como lembra o próprio, "de um cargo de confiança política".
Estas declarações do director dos Arquivos Nacionais fizeram-me lembrar alguns arqueólogos e professores de História meus amigos que diziam, logo após a eleição de Durão Barroso, que, apesar de não se identificarem politicamente com a direita, a aliança PSD/CDS-PP abria boas perspectivas para os profissionais da História, em Portugal. Enfim, a história veio a provar que estávamos todos enganados.
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