25.11.04

Post Scriptum # 420


Ora aqui está uma excelente notícia:

O desconhecimento sobre o escritor Alexandre Andrade é generalizado e não é punido por lei. A esta infelicidade acresce o azar de não ser um autor inédito nem sobremaneira jovem, pois que, mal nascido em 1971, meteu mãos à obra até publicar o romance Benoni em 1997 - um fracasso editorial que suscitou entusiasmos críticos por aqui e por ali, inclusive no periódico especializado Record. Antes disso colaborou intensivamente no DNJovem (na altura Alexandre Andrade era jovem) mas depois da extinção do famoso suplemento não desistiu e largou lastro pela blogosfera fora. É ele, Alexandre Andrade, o responsável do já vetusto umblogsobrekleist, no qual, sobre a violência de um fundo verde alface, derrenga sobre massa com queijo, xadrez e outros assuntos actuais como o republicanismo e a Laicidade (mas também Paris), num todo homogéneo que confere um novo sabor ao conceito do humanismo.

As Não-Metamorfoses é a última aventura extra-virtual de Alexandre Andrade. Que seja em suporte livro é já por si novidade conspícua, mas que neste volume Alexandre prescinda de antologiar um best-off dos seus posts é algo de extraordinário e revelador da imensa prolixidade de Andrade (enquanto autor). Do que trata As Não-Metamorfoses é de chofre revelado pelo próprio Alexandre Andrade numa Nota Prévia que explica tudo o que de seguida acontece. Sucedem-se dez contos que não desmentem tudo o que Andrade explanou na Nota Prévia.

Para assinalar a ocasião, refere a doutoranda em Letras M. Vale De Gato, da comitiva editorial da Errata: «O verbo virtuoso traça indelevelmente o mundo, deixando pistas e desocultando afinidades. Indistinta de subjectivos meandros, até onde se urdem ou destrinçam os cursos da arte e da vida, binómio que denuncia flagrantemente a falácia contra a qual este livro (e todo o produto digno do apodo artístico) se insurge?» Contudo, numa outra ocasião essa mesma académica disse que estava um belo dia. Também o desenhador Filipe Abranches não declinou o ensejo de ilustrar dois cornos pelo preço de um. O Ministério da Cultura, por seu turno, assegurou o regular funcionamento das instituições.


(Do press-release de divulgação do livro)

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