Post Scriptum # 415
CANTO XII
(excerto)
Dos Santos, José Maria dos Santos,
Ouvindo dizer que um graneleiro
Estava avariado no estuário do Tejo,
Adquiriu-o em hasta pública, nemo obstabat,
Pois ninguém mais deu lances. "Cretino!" "Milho
Estragado na água salgada,
Nada adianta, não serve pra nada". Dos Santos.
A carga inteira apodrecida em mar.
Dos Santos, doido português, comprou-a,
Penhorou então todo o património,
e tot lo sieu aver,
E comprou leitões mamãos, porcos, pequenos porcos,
Porcos por todo Portugal,
alimentados com a carga,
A primeira manada penhorada para comprar a segunda manada, undsoweiter,
Porcos de Portugal,
engordando na fartura do tempo,
E Dos Santos engordou, um grande dono de terras de Portugal
Agora junto a seus antepassados.
Tudo fez com milho molhado.
(A água provavelmente fresca naquele estuário)
Vá pro diabo Apovitch, Chicago não tem tudo.
Ezra Pound, Os Cantos.
Tradução de José Lino Grünewald.
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