Post Scriptum #409
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Na literatura de puro sangue (e também na vida) tudo se encontra integrado de forma sintética. Mesmo quando escrevo sobre coisas "sérias" e pouco edificantes, de repente a própria frase (ou seja, a língua, a fala) pede com toda a lógica que lhe ponham um barrete de bobo, como que de um modo para outro nascem corninhos do Diabo - é assim que se impõe a si própria, como que automaticamente, a realidade concreta mais profunda, apesar de tudo e sem intenção. Assim trabalha a linguagem, essa experiência colectiva de todos os tempos que insaciavelmente me sacia e inebria.
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Ivan Kadlecík, "Rapsódias e Miniaturas", Cavalo de Ferro/ G.R., 2004.
Tradução de Lumir Nahodil.
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