12.10.04

Post Scriptum #381

(...) O silêncio que arroteei para depositar/ a semente da palavra e os germes dourados dos oráculos/ O cabo da enxada ainda nas mãos/ vi as grandes plantas dos pés curtos, voltando o rosto/ umas uivando outras deitando a língua de fora:/ Eis o espargo eis o funcho/ eis a salsa frisada/ o cravinho e o pelargónio/ a abóbora e a chicória/ As sílabas ocultas com que lutei para soletrar a minha identidade/ "Bravo" disse "e agora que conheces a leitura/ hás-de aprender muitas coisas/ se assimilares o insignificante" (...)

Odysséas Elytis, Louvada Seja (Áxion Estí).
Tradução de Manuel Resende.