8.10.04

Post Scriptum #376



Marin Sorescu
(Roménia, 1936-1996)

CAPRICCIO

Todas as noites
Junto as cadeiras da vizinhança,
As disponíveis,
E leio-lhes versos.

As cadeiras são muito receptivas
À poesia
Se soubermos como as dispor.

Por isso
Fico emocionado,
E durante algumas horas
Conto-lhes
A morte maravilhosa da minha alma
Ao longo do dia.

Os nossos encontros
São habitualmente sóbrios,
Sem entusiasmos
Inúteis.

Seja como for,
É possível dizer-se:
Cada um fez o seu dever,
E pode seguir
Adiante.

Tradução Colectiva.