Cimbalino Curto #109
O Café Ceuta, na rua com o mesmo nome, é uma insignificante jóia de massa no regaço do Porto. Homens e mulheres congregam-se ali como moscas varejeiras. Se fosse um estabelecimento parisiense, os empregados não se sentiriam tão orgulhosos dos seus aventais sujos; retirar-se-iam de vez em quando para se barbearem e tomarem banho. Mas se os empregados fossem mais imaculados, não seria o Café Ceuta. É por isso que os grandes literatos do Porto inalam o aroma do local em profundas golfadas e enterram a sua semente naquele fecundo estrume.
Henry Miller, Diários, Vol. IV, 1954-57.
A tradução é minha.
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