25.8.04

Post Scriptum #336



ROBERT WALSER: POEMA II.

PARA QUÊ?

Quando de repente o dia voltou
tão puro,
falou lentamente e com firmeza,
branda e sinceramente:
alguma coisa deve mudar,
entro na luta,
eu também quero ajudar, como tantos outros,
a erradicar o mal do mundo,
quero sofrer e vaguear
até que o povo se liberte.
Não quero voltar a declinar, cansado;
alguma coisa tem que
acontecer. Mas nesse momento apoderou-se dele uma vaga sensação,
um torpor: oh, deixemos isso agora!

(Poemas, 1909).

Como já disse, estas tentativas de tradução são minhas (com base na versão em castelhano de Matilde Sánchez e Guillermo Piro, editada no nº 61 do Diario de Poesía). Agradeço comentários, correcções, sugestões e insultos.