14.7.04

Post Scriptum # 299



Carlos Oquendo de Amat
(Puno-Peru,1905 - Navacerrada-Espanha,1936)

MÃE

O teu nome chega devagarinho como as músicas humildes
e das tuas mãos esvoaçam pombas brancas

Na minha recordação vestes sempre de branco
como as crianças no recreio que os homens olham de longe

Nos teus braços morre um céu e outro nasce da tua ternura

Quando estou pensando o carinho abre-se a teu lado como uma flor

Entre ti e o horizonte
a minha palavra é primitiva como a chuva e os hinos

Porque ante ti se calam as rosas e as canções.


Tradução inédita de Nicolau Saião


(Tradução realizada a partir do livro "20 contos e 50 poemas peruanos", seleccionado e anotado por Victor Soracel, e oferecido ao tradutor por E. A. Westphalen, em 1982).