Post Scriptum # 287
A FORÇA DAS COISAS
Resolvida a crise... Resolvido o dilema da bola... Hoje não vale a pena lerem-me. Porque nada vos direi. Com efeito, também tenho direito a descansar. A arejar a carcaça. E se pensam que vos vou falar no rapaz Santana, equivocam-se. Nem no Santana, nem no Pavana (algures haverá decerto um cidadão com este nome) nem sequer em Samarcanda nem nos plainos da Bretanha (a que propósito virá esta? Já vos disse que hoje estou mono!).Mas vocês são tortos. Pensam assim: tá bem deixa, tás aqui tás a falar-nos na poesia do Grandbois, nas odes do Píndaro ou em como é que a luz bate, pela tardinha, na porta de madeira escura dum armário antigo. Essa luz alentejana...
Nã, nada disso. Desamparem-me a loja, pois. Vão passear com as vossas amadas, vão para um jardim ler o Tardieu - aqui só o poderão ler na próxima semana - vão pesquisar farófias no Jardim do Luxemburgo, que deve estar maravilhoso nesta altura do ano. Ou no do Palácio de Cristal. Vão ler pela sétima vez o "Margarida e o mestre" do Bulgakov na versão do Jorge Feio, que é a que nos enche as medidas. Mas por favor, deixem-me já. Olhem, vão preparar-se para verem a Manelinha a chorar - por causa do tal Santana ficar ministro, primus inter pares. Desabelhem! Dêem à sola. Mas vocês habituaram-se cá ao rapaz, pelos vistos. Não descolam, por minha fé! Pronto, já percebi.
E pela constância, pelo apreço, pela ternura que demonstrais, fará mal que eu vos enderece um chôcho?
Boa semana!
Nicolau Saião
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