17.5.04

O Povo é Sereno #98

Subsídios para um contentamento ou Vamos dar-lhes um bigode



Como nestes tempos bravios não custa imaginar, vamos imaginar um pouco. Vamos supor Clark Gable sem bigode. Robert Taylor sem bigode. Indo um pouco mais longe, David Niven sem bigode. E, horror dos horrores, Errol Flynn sem bigode.
Mas, ainda mais horrível, cume supremo da apoquentação metafísica, eu mesmo sem bigode!
O mundo ficaria uma errata, um erro de estrutura, uma estruturação desconchavada, não era?
Mas passemos agora para o outro lado da cena, do espelho, da paisagem. E mesmo da exemplaridade teatral: passemos para o campo contrário da política doméstica...
Imaginemos, por um profícuo esforço, Cavaco e Silva... de bigode. E Marques Mendes ostentando um poderoso bigode à mexicana (embora este, e sem acinte e com ternura o digo, seja mais fácil imaginá-lo de calções num fatinho à maruja). E o nosso Durão com um bigode tipo escova, à inglesa londrina. E - mas o exercício é quase cruel, quase místico - o estimado dr. Portas com um formoso bigode à Jorge Gonçalves (esse mesmo, o ex-presidente do Sporting!). E, quase exagerando na nobre ironia, o dr. Santana Lopes com um bigodinho à John Gilbert. Como ficaria catita, não é verdade?
Mas... não pensem que me passei dos carretos. Que ensandeci, que ultrapassei os meus próprios limites de... fantasia.
Porque isto é mais que viável! É, digamos, alcançável. E belamente admirável!
No dia 13 de Junho, amigos e amigas que me esquadrinhais a prosa, vamos já começar a dar-lhes um bigodão?


Nicolau Saião