O Povo é Sereno # 91
Eu, confesso, já não sei como classificar a actuação do Ministério da Educação nos concursos de docentes. Termos como “incompetência”, “negligência”, “irresponsabilidade” serão suficientemente duros para caracterizar o péssimo trabalho deste ministério? Os erros sucedem-se a um ritmo absolutamente incompreensível. Depois das incontáveis irregularidades cometidas ainda há poucos meses na colocação dos professores em horários supervenientes, ontem o ministério excluiu cerca de 20.000 docentes do concurso de 2004-2005, por causa de um pequeno “erro”. Mas se situações destas infelizmente já quase não surpreendem, o que é preocupante é a posição dos sindicatos e, sobretudo, da Fenprof em relação a mais este caso. Se durante a tarde de ontem aquela organização sindical exigira, com toda a justiça, a demissão dos responsáveis políticos por mais esta trapalhada, hoje já não pensa assim. De acordo com um comunicado oficial, a Fenprof “entende que a sua reivindicação central está satisfeita, (publicação de novas listas graduadas com novo período de reclamação), pelo que (…) desconvoca a concentração marcada para o dia 4 de Maio no Ministério da Educação”. Mas que raio de organização sindical é esta? O facto de o ministério ter assumido mais este erro grosseiro é motivo suficiente para esquecer tudo? De facto, se há alguém que se deve demitir rapidamente são os actuais responsáveis da Fenprof. Coitados dos professores deste pobre país.
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