Post Scriptum #200
O FRAGMENTO
Seamus Heaney (Irlanda, n. 1939)
“a luz veio de nascente” – cantou ele,
“Claro garante de Deus, e as ondas acalmaram.
Eu podia ver promontórios e falésias fustigadas.
Muitas vezes, por assinalada coragem, o destino poupa o homem
Que ainda não assinalou.”
E quando lhe contaram a objecção deles –
Que ele se dispersara e não lhes deixava
Nada a que se agarrassem, que os seus versos de início e fim
Não eram uma coisa nem outra –
“Desde quando” – perguntou ele,
“São o primeiro e o último verso de um poema
O lugar onde o poema começa e termina?”
Tradução de Rui de Carvalho Homem.
Outros poemas de "Luz Eléctrica", de Heaney, no Modus Vivendi e também aqui.
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