Post Scriptum #198
Dois breves poemas de dois autores húngaros, por sugestão de Amélia Pais.
LIBERDADE, AMOR!
(Sándor Petöfi, 1823-1849)
Amor e liberdade
ambos me são precisos.
Pelo meu amor sacrifico
a vida
Pela liberdade sacrifico
o meu amor.
PEQUENO ALMOÇO OUTONAL
(Dezsö Kosztolanyi, 1885-1936).
Eis o gue trouxe o Outono. Frutas frescas
na travessa de vidro. Uva pesada de cor
verde-esmeralda, pêra enorme de luz jaspe,
é cada uma resplandecente jóia.
Uma gota de água escorre de urn fruto repleto
e voa como um diamante.
Eis a pompa, indiferente e serena,
perfeição que em si própria se fecha.
Preferiria viver. Mas já além as árvores,
com suas mãos de ouro, me acenam
Poetas Húngaros: Antologia, org., pref. e notas de Zoltán Rózsa, Moraes, 1983.
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