12.4.04

Post Scriptum #198


Dois breves poemas de dois autores húngaros, por sugestão de Amélia Pais.


LIBERDADE, AMOR!
(Sándor Petöfi, 1823-1849)

Amor e liberdade
ambos me são precisos.
Pelo meu amor sacrifico
a vida
Pela liberdade sacrifico
o meu amor.


PEQUENO ALMOÇO OUTONAL
(Dezsö Kosztolanyi, 1885-1936).

Eis o gue trouxe o Outono. Frutas frescas
na travessa de vidro. Uva pesada de cor
verde-esmeralda, pêra enorme de luz jaspe,
é cada uma resplandecente jóia.
Uma gota de água escorre de urn fruto repleto
e voa como um diamante.
Eis a pompa, indiferente e serena,
perfeição que em si própria se fecha.
Preferiria viver. Mas já além as árvores,
com suas mãos de ouro, me acenam

Poetas Húngaros: Antologia, org., pref. e notas de Zoltán Rózsa, Moraes, 1983.