19.4.04

Ilha dos Amores #42


O Ruy Ventura está de regresso.

Vale a pena ir a Guadalupe, mesmo que não se seja crente. De forma discreta, entre montes que parecem subjugar-nos, a profunda arte que nos reconcilia com o mundo está ali à nossa disposição, discreta e ao mesmo tempo avassaladora.
Da visita, que um dia repetirei, vieram nos meus olhos as figuras esguias de El Greco, a escura viagem de Goya ao interior humano, a delicadez das formas de um Cristo atribuído a Miguel Ângelo e, sobretudo, o esplendor de Zurbarán, que num jogo de clareza e obscuridade tão bem soube interpretar a alma que nos prende e nos liberta.


Ruy Ventura