Antes que comecem a desconfiar das minhas boas intenções, deixem que lhes diga desde já que estou absolutamente inocente. E, agora, vamos ao assunto. Hoje, na livraria, parti a cara ao Eça de Queiroz. Ou melhor, usando de maior rigor, devo antes dizer que lhe parti a cabeça. Julgo que me faço entender. Quer dizer, o busto desfez-se num número incontável de pedaços. Bastou um minúsculo encosto involuntário e logo ali o diabo do Eça de barro desintegrou-se no chão. Por ser um cliente mais ou menos habitual, o livreiro dispôs-se a perdoar-me o mau jeito, em troca de um pequeno acto compensatório, por assim dizer. “Sei que tem um blogue”, disse ele. “Faça um link para esta casa e esquecemos o Eça.” Há, de facto, livreiros para tudo, até para pedirem coisas destas. Mas deixemos isso agora e passemos ao pagamento da dívida. Pronto. Ponto.
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