1.3.04

O Silêncio é de Ouro #42

O repórter Cristiano Pereira, do Jornal de Notícias, foi assistir ao concerto de uma famosa banda rock norte-americana, no Pavilhão Atlântico, e veio indignadíssimo com a decisão do grupo de proibir o consumo de bebidas alcoólicas dentro do recinto do espectáculo. A prosa é deliciosa. Eis alguns dos melhores momentos:

Tal como na sua anterior passagem por cá, os Limp Bizkit voltaram a impor a proibição de venda de álcool no concerto.
Ora, semelhante atitude castradora configura, logo à partida, uma certa presunção ("Vejam só: a nossa música é de tal forma intensa que, se misturada com cerveja, pode ser explosiva"). Assim como também denota um certo moralismo "americanoide" que, pelos vistos, tenta educar as tribos deste lado do Atlântico, impondo uma "lei seca".
Tal atentado à liberdade de cada um depara-se-nos absolutamente ridículo, absurdo e despropositado. Compreende-se que se proíba a venda de álcool a menores ou pré-adolescentes. Mas já não se aceita de bom grado que meia-dúzia de americanos aterrem neste país de ricas tradições vinícolas e que, dentro das nossas fronteiras - isto é, em nossa casa! -, nos castrem a liberdade de bebermos o que muito bem entendermos.
Sejamos realistas: tal como um carro precisa de combustível para circular, também o rock necessita de cerveja para se mover - e quem advogar o contrário é candidato à sacristia.
O rock e a cerveja são dois elementos inseparáveis: não podem, ou não devem, ser afastados porque se complementam mutuamente.
Até porque o acto de ouvir umas malhas de guitarra não se coaduna com a ingestão de biscoitos e leite de vaca...


Realmente, que falta de chá…