“Como na guerra, sem filosofia” – as palavras de Carlos V surgem neste dia com um peso diferente. Antonio Sáez Delgado, escrevendo-me há minutos, afirmava: “este é um dia terrível para Espanha!”. Contrariei-o. É um dia terrível para todos quantos desejam um mundo justo, em que os seres humanos convivam na diversidade, dialoguem mesmo na diferença – tal como o 11 de Setembro e muitos outros dias em que a morte foi usada para acabar com a esperança, instalando o medo e a dor como pilares da casa em que habitamos. O horror toca-nos de perto – apenas a algumas centenas de quilómetros.
Neste dia, a frase do Prof. Amadeu Carvalho Homem surge límpida: “Vencer o terrorismo é uma imperativo para a nossa civilização”. Venha ele de onde vier, seja praticado por quem for, não podemos ter contemplações em relação a quem actua desta maneira. Nada há que possa justificar o terrorismo, seja ele islâmico, etarra ou de outra proveniência – como alguns hipócrita ou descaradamente costumam fazer. Não foram responsáveis políticos, militares ou religiosos que morreram neste e noutros atentados – é o coração da democracia e da sociedade aberta que sofre uma grave ameaça neste e noutros dias de negrume, promovidos por gente que deseja sobretudo destruir todos os seres humanos que desejam pensar livremente, que procuram viver num mundo melhor.
Ruy Ventura
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