16.2.04

Umbigo #5

Portanto, fui visitar uns amigos à cadeia. Não exactamente à cadeia, mas às portas da cadeia. E esses amigos apresentaram-me a outros amigos. E fiquei impressionado com as coisas que me contaram. Quer dizer, com a quantidade e qualidade dos crimes que certas pessoas são capazes de cometer. Por exemplo, durante um ano, um perigoso gang de cinco tipos e mais três cúmplices entraram em não sei quantas casas e escritórios sempre pela janela. E o mais estranho é que não roubavam nada. Apenas se divertiam a bater nos olhos e na cabeça das pessoas. E que dizer de outra amiga deles que se fazia passar por uma respeitável vendedora de enciclopédias e era capaz de fazer trinta por uma linha ao leitor desprevenido? Perante isto, sou forçado a concordar com o ministro Portas: penas mais pesadas sobre estes malandros.
E pior do que tudo: fui e vim de lá com um piolho na cabeça.