Post Scriptum #157
Mesquita Alves sugere-nos António Osório para este início de noite. Três poemas de “A Ignorância da Morte”, livro de 1978.
Não chegam a conter nem valem
todos estes versos uma lágrima tua.
VIA LÁCTEA
Caminhar por ela
como quem olha
e ama
plátanos velhos.
OS CAVALOS DE TRÓIA
Olhos de Água, por aí passei
de comboio e o nome que desandava
ensinaste tu ou o pai, trementes
no bamboleio daquela mesma janela
onde árvores, casas poucas, a mercearia
fugiam ao lado das cancelas e da mulher
que apresentava a arma omnipotente
de um lenço. Nunca parámos nesse
lugar sem apeadeiro. E o nome
continua a escapar-se, insignificante,
inapreensível como olhos de Deus.
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