28.1.04

Kaváfis #Dia 3


Aqui vai mais um poema, que contém uma ou duas frustrações. Preferi, porém, deixar escapar algum erro de métrica a torturar o discurso.

CANDELABRO

Num quarto pequeno e nu, quatro paredes somente,
recamadas de muito verdes panos,
um belo candelabro brilha incandescente;
e em cada uma das chamas se acende
uma lúbrica paixão, um lúbrico ardor.

Na pequena alcova, que ilumina refulgente
a forte luz que vem do candelabro,
não é vulgar fogo esta luz ardente.
Não foi feita para os corpos tementes
a volúpia que há neste calor.