15.12.03

Post Scriptum #99

Aproveito o facto de o problema no computador estar mais ou menos resolvido para publicar o segundo texto da poetisa grega Jenny Mastoráki (n. 1949), em tradução inédita de Manuel Resende. Há uma breve apresentação da autora em Post Scriptum #97.  


A ALEGRIA DA MATERNIDADE.


À noite faço trabalhos perigosos.

Ato cordéis compridos

de janela para janela

e penduro jornais clandestinos.

Que queres, a poesia já não dá.

Já outros disseram tudo, dizem.

E depois, há já muitas que cantam

a alegria da maternidade.

A minha filha nasceu

como todos os bebés.

Ao que parece

vai deitar fortes pernas

para correr rápida nas manifestações.


To Soi, Kedros, 1978.