Post Scriptum #94
Se a alma de um poema está no último verso, como se costuma dizer, o seu coração só pode estar no primeiro. Este é um dos primeiros versos mais belos que eu conheço.
La chair est triste, hélas! et j’ai lu tous les livres.
Pertence ao poema Brise Marine de Stéphane Mallarmé, e foi publicado pela primeira vez em 1866, no Le Parnasse Contemporain.
Eis algumas traduções para português:
Triste carne, ai de mim! Já li os livros todos.
(José Augusto Seabra)
Oh! A carne é um tédio, e li todos os livros.
(Filipe Jarro)
A carne é triste e eu, ai! já li todos os livros.
(A. Herculano de Carvalho)
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