7.12.03

Post Scriptum #94

Se a alma de um poema está no último verso, como se costuma dizer, o seu coração só pode estar no primeiro. Este é um dos primeiros versos mais belos que eu conheço.

La chair est triste, hélas! et j’ai lu tous les livres.

Pertence ao poema Brise Marine de Stéphane Mallarmé, e foi publicado pela primeira vez em 1866, no Le Parnasse Contemporain.
Eis algumas traduções para português:

Triste carne, ai de mim! Já li os livros todos.
(José Augusto Seabra)

Oh! A carne é um tédio, e li todos os livros.
(Filipe Jarro)

A carne é triste e eu, ai! já li todos os livros.
(A. Herculano de Carvalho)