Post It #33
Acaba de sair em França um livro de Michel Schneider intitulado "Morts Imaginaires" (Prémio Medicis de Ensaio 2003), que versa sobre as últimas palavras dos grandes escritores antes da morte. Sim, houve um tempo em que o momento da morte também era entendido como uma obra de arte. Uma espécie de último grande verso, de última grande frase, antes do grande ponto final. Goethe, por exemplo, terá dito no seu leito de morte: "Luz, mais luz!". Victor Hugo, por sua vez, terá optado por um verso alexandrino: "C’est ici le combat du jour et de la nuit" ("Este é o combate do dia e da noite"). E Tolstoi não terá resistido a uma frase definitiva de grande efeito: "Amo a verdade… muito." Kant terá dito simplesmente "Basta" e Anatole France sussurrou "mãe, mãe". Henri Heine terá dito "estou perdido", George Bernanos "a nós dois!" e Chateaubriand, bom garfo até ao fim, terá gritado "Adoro leitões, comeremos leitões".
O livro é uma edição Grasset & Fasquelle e há um pequeno extracto disponível aqui.
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