3.12.03

ADRIENNE RICH: DIA 6




Sexto poema da breve antologia de Adrienne Rich, em tradução inédita de Margarida Vale de Gato.



DESPERTAR NAS TREVAS


1.

Aquilo que me intriga é
sermos nós compostos por moléculas

(ele mostrou-me a figura na calçada)

arranjadas sem que o saibamos ou consintamos

como a foto do telex composta
por milhões de pontos

em que o homem de Bangladesh
passeia esfomeado
na primeira página
sem saber nada disso
que é a sua presença para o mundo.


(in Diving Into the Wreck, 1973)


Tradução inédita de Margarida Vale de Gato.


Este poema, "Despertar nas Trevas", é um pouco mais longo do que os anteriores. Trata-se de uma belíssima sequência, da qual publicamos hoje a primeira parte. Ao longos dos próximos dias publicaremos as partes seguintes.

Entretanto, há mais Adrienne Rich noutros sítios. Este é um dos maiores centros de recursos sobre a escritora existente na rede, com ligações para entrevistas, ensaios, artigos e sugestões.