ADRIENNE RICH: DIA 6
Sexto poema da breve antologia de Adrienne Rich, em tradução inédita de Margarida Vale de Gato.
DESPERTAR NAS TREVAS
1.
Aquilo que me intriga é
sermos nós compostos por moléculas
(ele mostrou-me a figura na calçada)
arranjadas sem que o saibamos ou consintamos
como a foto do telex composta
por milhões de pontos
em que o homem de Bangladesh
passeia esfomeado
na primeira página
sem saber nada disso
que é a sua presença para o mundo.
(in Diving Into the Wreck, 1973)
Tradução inédita de Margarida Vale de Gato.
Este poema, "Despertar nas Trevas", é um pouco mais longo do que os anteriores. Trata-se de uma belíssima sequência, da qual publicamos hoje a primeira parte. Ao longos dos próximos dias publicaremos as partes seguintes.
Entretanto, há mais Adrienne Rich noutros sítios. Este é um dos maiores centros de recursos sobre a escritora existente na rede, com ligações para entrevistas, ensaios, artigos e sugestões.
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