Post It #5
Em 1993 em Nîmes (França) havia uma exposição com outra cópia do urinol de Duchamp, e segundo Nathalie Heinich eles a limpavam e a guardavam com o mesmo carinho que se dedica a "Guernica". No entanto, um artista chamado Pierre Pinoncelli desencadeou uma performance: urinou no urinol fazendo-o voltar à sua função original. E a seguir destruiu-o a marteladas. Desconstruiu Duchamp ao seu modo. Isto virou caso de polícia e o ministro da Justiça francês entrou na questão alegando que "houve a degradação voluntária do monumento ou objeto de utilidade pública" no valor de 300 mil francos. Aquele artista conceitualista contra-argumentou que ele, como um autêntico duchampiano, exigia que o urinol não fosse restaurado, nem fosse tratado como objeto vandalizado, mas como nova obra de arte, que a ele agora pertencia. Enfim, nesse círculo vicioso, alegava que havia se apropriado da apropriação.
Mais detalhes sobre a importância do urinol de Duchamp, pela mão agudíssima de Affonso Romano de Sant'anna, aqui.
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