4.4.05

CTT - Correios de... Portugal, pois claro



Já não estou sozinho. No meio da minha amargura postal, qual não foi o meu agrado quando Fernando Gouveia, no blogue da sua revista Periférica, postou quatro ou cinco vezes contra os nossos queridos CTT - Correios de Portugal, a propósito de um inquérito da Reader's Digest segundo o qual «os portugueses têm mais confiança nos Correios do que no casamento». Ora, eu sou daqueles portugueses que têm mais confiança no casamento do que nos Correios (a que ponto chegou a minha amargura para com os CTT!). Segundo Fernando Gouveia, e como também é público e notório, os Correios tornaram-se uma loja de bugigangas (ainda por cima caras), acabaram com os serviços mais baratos nas encomendas, cobram serviços acima da tabela (já cara), etc., etc., e diz também ele que quando entra numa Estação dos CTT se arma logo do formulário de reclamações. Podereis dizer: não ponhas mais na carta, mas eu acrescento: há encomendas devolvidas que vão direitinhas para o «refugo» (e ulterior leilão) sem serem devolvidas ao remetente; extraviam-se cartas; há demoras inexplicáveis; há avisos de recepção de registos que não são entregues ao remetente; anulam-se os serviços de carácter mais social (como o envio de vales de correio urgentes para o estrangeiro por meio da entrega deste serviço à multinacional Western Union, 3-4 vezes mais cara), etc., etc. E, depois, esta Western Union evoca-me faroeste, lei do colt, violência, uma excrescência brutal no nosso post office; e, depois, Readers Digest evoca-me sei lá o quê... E quando procuro consolo na navegação blogosférica, vejo metade das coisas em inglês (que, muitas vezes, quando não são citações erradas, são erros crassos). Sei que a bela língua inglesa não tem culpa mas, no meio desta minha amargura, chego ao ponto de preferir as versões poéticas em português de Margarida Vale de Gato aos originais em inglês.

Filipe Guerra